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Greve na saúde. Sindicato espera maior adesão depois de anunciado congelamento de salários

29 jul, 2016 - 08:24

Cumpre-se o segundo dia de paralisação, sendo que no primeiro registou-se uma adesão de 80%. Os profissionais do sector, excepto os médicos, querem a aplicação das 35 horas de trabalho semanais.

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O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP) admitiu que esta sexta-feira haverá uma adesão maior à greve dos trabalhadores do sector da saúde devido ao anúncio pelo Governo de que haverá congelamento de salários em 2017.

Em declarações à agência Lusa, o sindicalista adiantou que a adesão ao segundo dia de greve vai ser superior ao de quinta-feira (em que a adesão rondou os 80%).

"Os números [de adesão] vão ser hoje ligeiramente superiores, justamente porque também hoje temos a greve [nacional] dos enfermeiros, o que implica uma maior mobilização de todos. Ainda mais porque o Ministério das Finanças veio anunciar a consolidação em princípio nos orçamentos dos serviços de que não haverá aumentos salariais, haverá congelamento para 2017", adiantou.

José Abraão lembrou que há assistentes operacionais e técnicos de diagnóstico, por exemplo, que ganham 532 euros por mês, trabalham 40 horas e recebem por 35.

"Agora vem a ameaça de que terão os salários congelados. Hoje estamos mais sensíveis para aderir à greve e lutar pelos nossos direitos, para não perder poder de compra", sublinhou.

Em causa está a recomendação feita pelo Ministério das Finanças que esta quinta-feira emitiram as instruções para os serviços começarem a preparar o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) em que determinam que "a orçamentação das remunerações é realizada com base nos vencimentos estimados para Dezembro de 2016".

Na circular, publicada pela Direcção-Geral do Orçamento (DGO), estão detalhadas as regras e os procedimentos orçamentais que os serviços da administração pública devem respeitar na construção do seu orçamento para o próximo ano.

Na parte relativa às despesas com pessoal, refere-se que "a orçamentação das remunerações é realizada com base nos vencimentos estimados para Dezembro de 2016", altura em que já não estarão em vigor cortes salariais.

Os funcionários do sector da saúde iniciaram na quinta-feira uma greve de 48 horas, para exigir a reposição das 35 horas semanais a todos os trabalhadores e a celebração de um acordo colectivo de trabalho, assim como o pagamento de horas extraordinárias.

Comentários
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  • J.Fernandes
    29 jul, 2016 Viseu 11:58
    Sim, devem lutar pelas 35H, mas devem também ser acertados os salários. Não devem receber por 40H. Quem andou a fazer 40H nestes últimos tempos não recebeu como tal. Se o anterior governo não mexesse nesta matéria, agora ninguém andava nisto...Eu que sou do privado, mas regido pelas mesmas leis do mesmo País, agora também quero as 35H...
  • António Marques
    29 jul, 2016 Setúbal 11:49
    O que engraçado é que todos estes nossos funcionários públicos quando necessitam cuidados médicos vão aos hospitais privados (através da ADSE) e não aos aos seus próprios hospitais onde trabalham. Porque será? Já agora, é necessário recordar que nos privados trabalham 40 horas e, tanto quanto sei não há greve nesses hospitais nem a Avoila está lá à porta a fazer barulho.
  • M Ferreira
    29 jul, 2016 Gondomar 11:10
    Têm toda a razão, Só trabalham em 3 hospitais, um público, para a reforma, e 2 privados, e têm direito a trabalhar em 4!
  • Luis
    29 jul, 2016 Lisboa 11:09
    Só querem boa vida! Salarios milionarios e o povo na miséria!
  • Madala
    29 jul, 2016 Évora 10:39
    Mas porque é que os privados trabalham 40 horas e eles não? Para poderem fazer mais uma hora no privado....

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