25 jul, 2016 - 11:50
Um jornal regional alemão está a avançar, citando a Polícia Federal (BKA), a notícia sobre a possibilidade de existirem 410 suspeitos de serem terroristas entre os refugiados.
A informação, citada pela agência Reuters, está a ser divulgada pelo jornal “Neue Osnabruecker Zeitung” após o quarto incidente violento no país em pouco tempo. Ao que tudo indica já foram lançadas 60 investigações.
“Face à onda migratória que existe para a Alemanha temos de assumir que podem existir no meio dos refugiados elementos activos ou antigos membros, apoiantes ou simpatizantes de organizações terroristas”, escreve o jornal, citando uma fonte da polícia federal.
Um sírio de 27 anos, a quem tinha sido negado o estatuto de refugiado e sofreria de problemas psiquiátricos, fez-se explodir junto a um festival de música numa cidade alemã de Ansbach. A explosão provocou 12 feridos, três dos quais em estado grave, e a morte do bombista.
O ministro do Interior revelou que o autor da explosão era um refugiado, que já tinha passado por um hospital psiquiátrico e estava referenciado pela polícia local por consumo e droga e outros delitos. "Trata-se, infelizmente, de um novo atentado" e "não está excluída" a motivação islamita, afirmou Joachim Herrmann, numa conferência de imprensa, acrescentando que as autoridades estão a tentar apurar se o atacante tinha ligações ou agiu sob inspiração de grupos extremistas islâmicos.
O sírio transportava o engenho numa mochila e terá tentado entrar no festival de música, onde se encontravam 2.500 pessoas, mas acabou por detonar os explosivos frente a um restaurante da cidade
A bomba que transportava tinha potência para provocar muitos mais mortos se tivesse sido detonada num local de maior concentração.
Na terça-feira vai decorrer uma reunião do governo da Baviera, onde deve ser discutida a introdução de novas medidas para reforçar a reacção das forças policiais.
"Jornadas de terror" geram desconfiança
Depois destes três ataques, o governador da Baviera, Horst
Seehofer, afirmou que a região tem vivido nos últimos “jornadas de terror”. Os
ataques estão a causar o pânico nesta região do sul da Alemanha, mas Seehofer
adianta que o “estado de direito não vai ceder”.
O ministro do Interior, Joachim Herrmann está preocupado com as consequências imediatas de mais um ataque. “Vai gerar um clima de inquietação sobre a política de refugiados da chanceler Angela Merkel, pois já chegaram ao país mais de um milhão de migrantes, muitos em fuga do Afeganistão, Síria e Iraque”.
"É mais um terrível ataque que vai aumentar as preocupações dos nossos cidadãos em relação à sua segurança. Devemos fazer tudo para evitar a propagação deste tipo de violência no nosso país, por pessoas que pedem abrigo”, sublinha.
E as reacções não se fizeram esperar. Em declarações ao “El País”, Thomas Trivinski, uma testemunha dos
momentos seguintes à explosão aponta o dedo a Merkel, considerando que a
chanceler “tem parte da culpa. Não podemos abrir as portas a todos”.