25 jul, 2016 - 08:53
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, não acredita que a Turquia venha a aderir à União Europeia.
“Creio que a Turquia, no seu actual estado, não está em posição para tornar-se um membro [da União Europeia], nem a breve nem a longo prazo”, afirmou numa entrevista à televisão francesa France 2.
Juncker disse ainda que se o governo turco decidir reintroduzir a pena de morte, cessarão todas as negociações com vista à adesão.
No dia 15 de Julho, a Turquia foi palco de uma tentativa de um golpe de estado, durante a qual morreram, pelo menos, 290 pessoas.
Depois deste incidente, o presidente turco Recep Tayyp Erdogan aproveitou para promover uma verdadeira limpeza dentro do Exército e do sistema judicial do país. Em poucos foram detidos mais de seis mil militares e mais de três mil 3.000 mandados de captura foram emitidos contra procuradores e juízes.
Regime persegue jornalistas
As autoridades turcas emitiram mandados de detenção de 42 jornalistas no âmbito das investigações do golpe de Estado falhado deste mês, noticiaram os canais de televisão NTV e CNN-Turk.
Entre os visados está o jornalista Nazli Ilicak, que foi despedido em 2013 do jornal pró-governamental Sabah, depois de ter criticado ministros apanhados num caso de corrupção, ainda segundo as duas televisões.
Um decreto-lei sobre o estado de emergência publicado no sábado na Turquia refere que o período de detenção dos suspeitos envolvidos na tentativa falhada do golpe de Estado de 15 de Julho pode prolongar-se até 30 dias.
A Amnistia Internacional (AI) afirmou, esta segunda-feira, ter reunido "provas credíveis" atestando casos de tortura de presos nos centros de detenção na Turquia, após a tentativa de golpe de Estado de 15 de Julho. A polícia está a exercer privações de alimentos e de água, a provocar ferimentos, a fazer ameaças e “nos casos mais graves, pancadas, torturas e violações”.