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Azeredo Lopes

Fim de missão militar europeia no Mali pode significar nova vaga migratória

13 mai, 2024 - 12:30 • José Pedro Frazão , João Malheiro

Em entrevista à Renascença, ex-ministro da Defesa teme descontrolo na região africana do Sahel.

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O ex-Ministro da Defesa Azeredo Lopes teme que o fim da missão militar europeia do Mali signifique o descontrolo da região africana do Sahel, levando a novas vagas migratórias para a Europa...

Em entrevista à Renascença, Azeredo Lopes diz mesmo que ali se joga a segurança europeia.

"O Mali é governado por uma junta militar que não quer saber do Estado de Direito. Mas é uma peça fundamental no Sahel. E o Sahel é uma peça crucial para a nossa segurança. É a última almofada antes de uma pressão migratória que nós não sabemos sequer como podemos vir a gerir", explica.

A saída europeia do Mali foi anunciada na semana passada por Bruxelas. Para Portugal, a missão fica também marcada pela morte de um militar português, em 2017, num atentado da Al-Qaeda.

Portugal está também na República Centro-Africana com 135 militares. Azeredo Lopes admite que um Sahel mais descontrolado representa um risco acrescido nesse país.

"Há sempre um demérito da nossa parte, não percebemos a importância crucial do Sahel para a segurança europeia. Subestimámos esse aspeto, damos tudo por adquirido", avisa.

A República Centro Africana "irradia segurança ou insegurança", consoante a sua situação interna, refere o antigo governante.

O ex-ministro questiona ainda a coesão dos países lusófonos, assinalando a crescente ligação à Rússia, como foi anunciado na semana passada por São Tomé e Príncipe.

Contudo, Azeredo Lopes aponta "os pequenos países estão no mercado" e aceitam países que os ajudem. E avisa que África está cada vez mais distante da Europa.

"A Rússia tem investido muitíssimo em África. Se olhar para o que é o Sahel, veja-se o que aconteceu nos últimos quatro anos. Foi o Níger, a Mauritânia frágil, no Mali basta ver o que está a acontecer", indica.

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