08 jul, 2016 - 06:40
Cinco polícias morreram e outros seis ficaram feridos com tiros numa manifestação de protesto, em Dallas, contra a violência policial sobre negros. Este é o balanço mais recente das autoridades norte-americanas.
O chefe da polícia de Dallas afirmou que, "aparentemente", dois homens armados atingiram com tiros 10 polícias durante os protestos. Segundo David Brown, os autores dos tiros colocaram-se em locais "elevados" para disparar sobre os polícias.
A polícia está a negociar com um suspeito que encurralou num parque de estacionamento, apesar de já ter havido troca de tiros entre os agentes e o indivíduo durante 45 minutos. Um outro agente ficou ferido.
“O suspeito disse aos negociadores que o ‘fim está próximo’” e alertou para a existência de bombas dentro da garagem e no centro da cidade, sublinhado que vai "magoar e matar" mais agentes, revelou o chefe David Brown.
“Por isso estamos a ser muito cuidadosos na nossa abordagem
e táctica para não colocarmos mais nenhum polícia em perigo”, explicou, acrescentando que foram detidas outras três pessoas (uma mulher e dois homens) suspeitas de envolvimento no tiroteio.
Milhares de pessoas manifestaram-se nos EUA, em cidades como Nova Iorque, Los Angeles e Chicago, para protestar contra a violência policial sobre negros.
Restrições no espaço aéreo
As autoridades de aviação civil dos Estados Unidos decidiram restringir o espaço aéreo em torno da cidade de Dallas, no estado do Texas.
Nenhum piloto pode operar uma aeronave na zona abrangida" por essa interdição, refere um comunicado emitido para pilotos e companhias aéreas. "Somente voos de emergência, sob instruções da polícia de Dallas, são autorizados no espaço aéreo", lê-se no texto.
As restrições dos voos aplicam-se até às 12h30 (hora de Lisboa).
Duas mortes filmadas
As manifestações surgiram após as mortes, registadas em vídeo, de dois homens afro-americanos às mãos da polícia. Philando Castile morreu na quarta-feira em Falcon Heights, no Estado de Minnesota, e Alton Sterling morreu na terça-feira, em Baton Rouge, no Estado de Luisiana.
As mortes, ambas filmadas, provocaram protestos e a denúncia de violência policial contra afro-americanos e outras minorias.
Na quinta-feira, a ONU pediu aos Estados Unidos que investiguem estas mortes.
“Somos melhores que isto”, diz Obama
Por outro lado, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que todos os norte-americanos devem estar preocupados com a violência da polícia e que as forças de segurança devem ser reformadas.
"Isto não é só um assunto dos negros, nem dos hispânicos. Isto é um assunto dos norte-americanos, e todos nos devemos preocupar", disse Barack Obama, na quinta-feira, na sua chegada a Varsóvia, para participar na cimeira da NATO.
"Todas as pessoas justas devem estar preocupadas. É nossa responsabilidade dizer que conseguimos fazer melhor. Nós somos melhores do que isto", afirmou.
O Departamento de Justiça dos EUA, que tem a missão de investigar crimes raciais, e a polícia federal (FBI) abriram uma investigação sobre a morte de Sterling.
O governador do Minesota, Mark Dayton, pediu na quinta-feira ao Governo norte-americano que abra uma investigação similar sobre a outra morte, ocorrida no seu estado.
[notícia actualizada às 8h10]