30 jun, 2016 - 08:30 • João Carlos Malta
No fim de Junho e princípio de Julho, há duas companhias de aviação low-cost a abrir processos de recrutamento para comissários de bordo. No total são 700 vagas. Mas aquela que é uma saída profissional cada vez mais procurada pelos jovens portugueses tem um custo alto em alguns dos casos. A cativação de um lugar para a formação, o curso de formação e acomodação podem ter de ser pagos.
Na Ryanair, pode-se ler no site da recrutadora que os candidatos não pagam pela primeira entrevista. Mas assim que são seleccionados, têm de pagar 500 euros só para confirmar que está mesmo interessado em fazer o curso. É justificado pela empresa como sendo uma forma "de assegurar o comprometimento do candidato para com a formação".
Este valor não é reembolsável, mesmo que o candidato não passe a fase de formação, e inclui as despesas com exames médicos, processamento de documentos de identificação, e materiais, salientando neste item que não se trata de comida.
A este valor soma-se ainda 2.199 euros se for pago a formação de três semanas for paga a pronto, ou 2.799 euros se o candidato optar por ir deduzindo essa quantia no salário. Somam-se ainda 700 euros para pagar a estadia no centro de formação.
No total, os custos de um candidato aceite pode levar a um pagamento de quatro mil euros à Ryanair.
A companhia irlandesa vai ter três acções de recrutamento em Portugal, em Lisboa (1 de Julho), Porto (12 de Julho) e Funchal (29 de Julho).
O Sindicato de Pessoal da Aviação Civil, através do dirigente Bruno Fialho diz à Renascença que esta é uma situação que viola a legalidade.
“Estamos a entrar num terreno extremamente pantanoso em que qualquer dia os trabalhadores pagam para trabalhar”, diz o sindicalista.
A Renascença contactou a Groundlink, empresa que responsável pelo recrutamento da Ryanair, mas não obteve resposta em tempo útil.
Fonte oficial da Easyjet, que esta quinta-feira anuncia também a abertura de novos postos de trabalho em Portugal, garante que não é prática da companhia o pagamento de qualquer quantia pelos trabalhadores na fase de recrutamento.
“Não é a nossa política, nós é que pagamos a formação aos nossos trabalhadores”, sublinha a mesma fonte.
Segundo fonte sindical, a Vueling, que esta quinta-feira está a recrutar 400 pessoas no Porto, também não cobra qualquer pagamento aos candidatos.