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Bloco exclui referendo, mas quer mudar Bruxelas

25 jun, 2016 - 12:12 • Susana Madureira Martins , Paulo Ribeiro Pinto

Catarina Martins exclui consulta popular. Pedro Filipe Soares e Francisco Louçã apontam erros das elites europeias

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O Bloco de Esquerda reúne-se este fim-de-semana em convenção nacional ainda no rescaldo do referendo à saída do Reino Unido. Uma consulta popular em Portugal sobre a União Europeia não está em cima da mesa, como garantiu a líder do Bloco, Catarina Martins à entrada para a convenção.

“Neste momento não ganhamos em achar que as soluções para todos os países são referendos que podem por em campos opostos soluções que são todas más. Este é o momento de a política assumir responsabilidade e fazer propostas sobre a alternativa de construção”, afirmou Catarina Martins à chegada ao pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa.

A líder do Bloco lembrou que em Portugal nunca houve um referendo sobre a construção europeia e que o Bloco “propôs sempre” que as decisões sobre integração europeia fossem referendadas porque “o povo português tem o direito de ser ouvido”. Mas, concluiu, “este não é o momento de os países terem cartadas de referendos, este é o momento de por em cima da mesa alternativas pensadas e discutidas para, depois sim, termos espaços de legitimidade democrática. Veremos quais.”

O Bloco, contudo, não desiste de mudar a forma como Bruxelas. Para o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, a Europa precisa de mudar em concreto o Tratado Orçamental, mas não se podem confundir realidades.

“Não se pode confundir um referendo sobre construção da união europeia com um referendo para a desistência da União Europeia. Essa é outra matéria. É para ai que estão a ser atirados muitos povos, com as políticas que a União Europa está a fazer ”, afirmou Pedro Filipe Soares também à chegada à convenção.

O líder do Bloco dá o exemplo das possíveis sanções a Portugal pelo incumprimento do défice do ano passado: “Se a Comissão Europeia e o Conselho acharem que o prioritário neste momento é discutir sanções sobre Portugal ou sobre Espanha perceberemos bem quão alheada está da realidade esta elite europeia que não está à altura das suas responsabilidades.”

Para o ex-líder do Bloco, Francisco Louçã, o tempo não, é para já, de referendos. Esses deveriam ter existido há muito. “Portugal devia ter feito referendo para a entrada na união Europeia, devia ter feito um referendo sobre o euro, foi prometido um referendo sobre o tratado que deu origem ao tratado de Lisboa”, disse Louçã à chegada ao pavilhão, reafirmando também a Europa falhou enquanto projecto. E exemplo disso, disse este fundador do Bloco, é a falta de resposta aos cidadãos europeus.

Quanto a consultas populares “devem ser feitas”, mas concluiu Louçã: “Agora a escolha do momento e da mobilização é uma escolha política que o Bloco fará”.

Comentários
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  • A" U.R.S.E "do Bloco
    25 jun, 2016 lisboa 18:10
    Isto é assim... Oqueo Bloco pretende não é propriamente a saída Portugal da União Europeia... O que o Bloco pretende é uma União das Republicas Soviéticas Europeias - U.R.S.E.
  • Bela
    25 jun, 2016 Coimbra 16:50
    Quem tem medo do lobo mau? A Catarina, dá uma no cravo e outra na ferradura. Quando lhe convém o povo é que manda, mas quando há o risco de a vontade do povo não coincidir com os interesses deles, muda o discurso. Criticam os outros e são como eles ou piores.
  • Antonio Almeida
    25 jun, 2016 V.N. de Gaia 15:41
    Esta gente tanto defende o povo mas tanto medo têm do povo,porque será??? Para mim é Populismo e demagogia deste partido.
  • Maria
    25 jun, 2016 Porto 15:14
    Atenção, aí vem o ataque dos abutres!!!
  • Renato Ferreira
    25 jun, 2016 Madalena 14:53
    Claro que Catarina nao quer o referendo popular em Portugal E toda muito sábia Mas o medo de ficar com o bebé ao colo sem soluções a faz afirmar isto.
  • pescador
    25 jun, 2016 Paredes 14:43
    Presunção e agua benta .... cada um toma a que quer..... e as meninas querem-na toda...... Parece que governam este País....AINDA BEM QUE NÃO

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