22 jun, 2016 - 12:12 • Henrique Cunha
A Câmara de Braga entende que o arquitecto Souto Moura não tem direito a mais nenhum montante decorrente do projecto do Estádio Municipal, construído para o Euro 2004.
Doze anos depois da construção da "Pedreira de Dume", o arquitecto reclama o pagamento do que apelida de "última parcela da obra", mas o testemunho do ex-presidente Mesquita Machado e de outros técnicos da autarquia está na base da defesa.
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, diz à Renascença que está em causa um montante superior a três milhões de euros: “A câmara terá pago à volta de três milhões de euros pelos serviços do arquitecto Souto Moura e ele, agora, reivindica, praticamente, um valor igual ou ligeiramente superior, que o anterior presidente entende que não é exigível."
De acordo com Rio, Mesquita Machado "acordou com o arquitecto um valor fixo e não um valor que dependesse do decorrer da obra e, nomeadamente, do seu valor final", pelo que a autarquia vai defender-se em tribunal "com base nesse testemunho do anterior presidente e de outros técnicos que estiveram envolvidos no processo”.
Ricardo Rio não deixa, contudo de criticar a anterior gestão municipal por ter permitido que a obra acabasse por custar o dobro do previsto, o que constituiu um "total descalabro e descontrolo".
"O processo de construção do Estádio Municipal tinha um orçamento inicial de 75 milhões de euros e acabou por custar aos cofres municipais mais de 150 milhões", precisa o autarca de Braga, acrescentando que "é essa a base da reivindicação que é feita pelo arquitecto Souto Moura”.
O processo judicial está em curso, esperando-se uma decisão em Outubro.