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Vale e Azevedo sai da Carregueira sorridente e de saco na mão

07 jun, 2016 - 09:23

Antigo dirigente desportivo saiu após ter cumprido a maior parte da pena de 11 anos, a que foi condenado por burla e apropriação indevida de dinheiros.

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Vale e Azevedo sai da Carregueira sorridente e de saco na mão
Vale e Azevedo sai da Carregueira sorridente e de saco na mão

O antigo presidente do Benfica João Vale e Azevedo saiu em liberdade condicional do Estabelecimento Prisional da Carregueira, no concelho de Sintra, após cumprir parte de uma pena de 11 anos e meio.

"Juridicamente, ele está sobre a alçada das autoridades inglesas e só com autorização das autoridades inglesas é que poderá ser feito qualquer julgamento ou ser aplicada qualquer medida de coacção que implique uma nova detenção", afirmou a sua defensora Luísa Cruz.

A advogada, que falava após o antigo presidente do Benfica ter deixado o Estabelecimento Prisional da Carregueira, acompanhado da sua mulher, mostrou-se confiante de que o seu constituinte não volte a cumprir pena de prisão.

João Vale e Azevedo foi libertado após “cumprir cinco sextos” da pena de prisão de 11 anos e meio, aplicada em cúmulo jurídico, com base nas condenações nos processos Ovchinnikov/Euroárea, Dantas da Cunha e Ribafria, por crimes de burla e apropriação indevida de dinheiro, entre outros ilícitos económicos e financeiros.

O antigo presidente do Benfica, entre 1997 e 2000, cumpriu pena no âmbito do processo de extradição de Inglaterra para Portugal, após os tribunais britânicos aceitarem o mandado de detenção europeu das autoridades judiciárias portuguesas.

A extradição do advogado de formação ocorreu em Novembro de 2012, após quatro anos e meio em regime de permanência de residência, em Londres, com passaporte retido e proibição de sair do país.

Vale e Azevedo tem pendente uma outra condenação de 10 anos de prisão, num processo relativo à transferência de futebolistas. Esta condenação está, contudo, dependente de uma decisão das autoridades inglesas - o facto de Vale e Azevedo ter residido em Londres implica que só a justiça britânica possa alargar o período de extradição e só se tal acontecer é que poderá cumprir a nova pena.

A advogada Luísa Cruz explica que as autoridades portuguesas terão de pedir aos tribunais ingleses a “ampliação” da extradição.

A condenação foi-lhe aplicada em 2013, por crimes no âmbito das transferências dos futebolistas ingleses Scott Minto e Gary Charles, o marroquino Tahar e o brasileiro Amaral, e já transitou em julgado.

O antigo dirigente desportivo, que estava acusado de se ter apropriado de quatro milhões de euros do clube encarnado, foi condenado por peculato, branqueamento de capitais, abuso de confiança e falsificação de documento.

Comentários
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  • barroso
    07 jun, 2016 chaves 19:35
    todos os corruptos tem sorte
  • Hélder Ramos
    07 jun, 2016 Ovar 12:32
    Como é possível estar «(...) sobre a alçada das autoridades inglesas (...)»? Quem manda, hem?!! Um senhor!!
  • Pinto
    07 jun, 2016 Custoias 12:28
    Isto é um exemplo de seriedade da elite portuguesa. Quem rouba milhões é barão, quem rouba tostões é ladrão. O zé pagode paga tudo, estamos em democracia, não é?
  • jorge santos
    07 jun, 2016 lisboa 12:03
    Isso é que é saber fazer contas!! 5/6 numa pena de 11 anos e meio acho que dá 9 anos e meio, ou não? 4 anos seria aproximadamente 1/3 da pena.
  • Pedro Salvador
    07 jun, 2016 Faro 10:57
    Então de uma pena de 11 anos e meio, esteve preso nem 4? Enfim, mas do mesmo. A justiça é mesmo uma palhaçada neste pais. Quando se rouba que se roube muito para não se ir "dentro", porque se se roubar pouco é logo preso e cumpre atá ao fim a pena.
  • Eborense
    07 jun, 2016 Évora 09:58
    Então agora, quem é que fica preso, para exemplo?

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