25 mai, 2016 - 17:53
O líder do PSD acusou esta quarta-feira o Governo de “tacticismo e manipulação intelectual”, falando em “deterioração das condições democráticas” e considerando que o caminho seguido está a levar o país para o “declínio social, económico e político”.
“O tacticismo e a manipulação intelectual que o Governo tem vindo a fazer estão a ir longe demais e estão a deixar sequelas, estes seis meses foram um tempo de deterioração das condições democráticas da nossa vida política”, afirmou o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, a propósito dos seis meses de mandato do Governo, que se assinalam na quinta-feira.
Considerando que “ambiente qualitativo da democracia política tem vindo a degradar-se”, Passos Coelho traçou um cenário “negro” e disse que, ao ter escolhido este caminho, o executivo socialista liderado por António Costa “optou conscientemente por uma linha de retrocesso democrático que está a conduzir Portugal para o declínio social e económico e também para o declínio político”.
"Irritante realista"
Passos Coelho considera ainda que o objectivo de crescimento para 2016 estimado pelo Governo está “objectivamente comprometido”, sublinhando que a realidade mostra que a actividade económica está muito longe do que foi anunciado.
“Sou conhecido por ser talvez um irritante realista, gosto muito de olhar para a realidade e para ver o que ela nos mostra”, afirmou o presidente social-democrata, durante uma conferência de imprensa realizada na sede do partido, em Lisboa. O termo usado por Passos Coelho ironiza com "optimista irritante", que foi como Marcelo Rebelo de Sousa descreveu recentemente António Costa.
Sublinhando que a realidade mostra que a actividade económica está muito longe de estar em linha com aquilo que foi anunciado, Passos Coelho concluiu que “parece estar objectivamente comprometido o objectivo de crescimento” estimado pelo Governo para este ano.
Escusando-se a comentar as declarações de terça-feira do Presidente da República, quando Marcelo Rebelo de Sousa disse que não dará um passo para provocar instabilidade no ciclo político que vai até às autárquicas, Passos Coelho considerou, contudo, que não existem razões para a maioria insinuar que o ciclo político tenha uma duração diferente em função do papel da oposição ou do chefe de Estado e recusou que o Presidente da República "funcione para dar voz aos partidos".
"O ciclo político durará o tempo que as condições do país permitirem e que os partidos que o suportam o Governo decidirem. Não é ao PSD que será imputada responsabilidade por existir uma crise política", afirmou.
[Notícia actualizada às 18h04]