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CP vende locomotiva histórica a um estrangeiro

24 mai, 2016 - 18:52

Venda justificada com falta de "futuras oportunidades de utilização". Decisão mereceu críticas.

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A CP confirma que vendeu a "Locomotiva Histórica" estacionada na estação do Tua a um interessado estrangeiro, sem referir a nacionalidade. A venda foi criticada pelo autarca local e pelo Movimento Cívico pela Defesa do Tua. O Bloco de Esquerda pediu explicações.

"Quando a CP tem material [ferroviário] circulante que já está retirado do seu serviço comercial e para o qual não prevê futuras oportunidades de utilização no contexto da sua actividade, são avaliadas várias possibilidades, nomeadamente, o potencial interesse histórico e/ou museológico, avaliado pela Fundação do Museu Nacional Ferroviário", explicou, segunda-feira, à Lusa fonte oficial da empresa ferroviária nacional.

No caso da "Locomotiva Histórica" estacionada na estação do Tua, a CP assinala que foram seguidos estes procedimentos e refere que, na sequência das avaliações feitas, aquele material circulante foi efectivamente vendido a um comprador estrangeiro, que já havia manifestado interesse no negócio.

Segundo a CP, há interesse em "preservar" o espólio, apontando a alternativa de encontrar "potenciais interessados" na sua aquisição para eventual futura utilização.

No dia 11 de Março, o presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança, pediu ao Governo que exigisse a reversão do processo de venda de "locomotiva histórica" que esteve estacionada na estação do Tua.

A autarquia atribuía o negócio à Infra-estruturas de Portugal (IP), que já se demarcou do processo, enviando uma nota à agência Lusa onde informa que a venda ou alienação de material circulante ferroviário não é da sua competência.

O Bloco de Esquerda (BE) havia anunciado na altura que questionou o Governo sobre as condições do processo de venda da "locomotiva histórica”.

Para o BE, o desmantelamento do património histórico da ferrovia configura uma decisão "atentatória do património histórico-cultural da região e, em particular, da própria CP".

Comentários
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  • ze da avo
    25 mai, 2016 toronto 00:53
    Com tanta gente escandalizada por terem vendido o que lhes pertence(nao sabia que as locomotivas da CP sao do povo)com certeza irao aparecer cidadaos prontos a evitar isso e comprar esse material para restaurar e depois meter em museus.
  • Matilde
    24 mai, 2016 Vila do Conde 22:49
    Como é possível que não tenha havido nenhum português a saber deste miserável negócio. Que pena não haver a possibilidade de vender a massa encefálica destes miseráveis governantes e gestores da CP que se movimentam em carros pagos por contribuintes e que querem apagar vestígios de uma cultura de comunidade, de uma região e de uma população. Quanto esforço humano e económico numa Linha que servia os interesses e desenvolvimento locais desta região. Que vais tu Sr. Engenheiro político ensinar aos teus filhos e netos que um dia, uma civilização existiu à custa desta e muitas outras LOCUMOTIVAS. Mais, com que direito tomam uma decisão em nome de todos os contribuintes e fazem desaparecer uma prova viva da actividade diária local por uns tostões que são iguais a tantos outros e que de nada relatam a nossa história e o seu prolongamento através das gerações. Assim se promove o Douro como Património Mundial da Humanidade que só dá jeito para encher os bolsos de alguns porque incomoda mais ver uma peça históricá sem haver alguém que a resgate e a preserve para sempre.
  • 24 mai, 2016 22:46
    Idiotas!!!! imprecionante,é uma vergonha sim, havia de haver uma mão pezada para esta gente mediocre um Lambada de incompetentes
  • manueldosreisdejesus
    24 mai, 2016 madeira 22:45
    ... neste país, entregue à bicharada do desmando, tudo é possível !!! ... ... com um aceno, se desfaz de tudo !!! ... pouco interessa a nossa história ... contam sim , são os míseros " tostões " que alguns senhores arrecadam e enfiam ao bolso !!! ... ... o resto, ... são histórias dacarochinha !!!
  • Manuel Simao
    24 mai, 2016 Porto 22:42
    Fazem estes negócios às escondidas. Fizeram isso com os carros eléctricos do Porto. Vão continuar a fazê-lo às escondidas. Sempre em troca de uns tostões. E ninguém é responsável. Somos um país de atrasados.
  • Pedro Andrade
    24 mai, 2016 Braga 22:35
    Quanto terá recebido o administrador que assinou a venda?
  • Luis
    24 mai, 2016 Lisboa 22:31
    Umas saem outras entram mas para que é que vocês queriam este ferrolho a cair de maduro.
  • jorge
    24 mai, 2016 Leça da Palmeira 21:35
    Socorrro!!!! Uma vergonha, mais uma demostração da delapidação de patrimonio! Alguém que inpugne esta venda! Isto é de facto lamentável!
  • Pinto
    24 mai, 2016 Custoias 20:34
    Com que autoridade a CP está a vender património que pertence a todos nós? Mas esses jagunços que estão em profissões de gestores, agora vendem o que pertence ao país? Já basta venderem património imobiliário para depois passarem a pagar aluguer do que já foi do estado.
  • Manuel Fernandes
    24 mai, 2016 Barreiro 19:51
    A Associação Barreiro-Património, Memória e Futuro, que pugna pela instalação de um Núcleo Local do Museu Ferroviário Nacional no Barreiro, também criticou esta venda, considerando-o como lesiva dos interesses culturais e turísticos do país. De salientar que o Barreiro foi Sede de um importante Polo Industrial Ferroviário de produção e manutenção de material circulante, e era desta cidade e da sua Estação do Barreiro Mar que partiam os comboios para as Praias do Sado, para o Alentejo e para o Algarve.

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