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Cameron: Saída da UE representaria uma autodestruição do Reino Unido

05 abr, 2016 - 11:19

Governante britânico sustenta que o corte do vínculo com Bruxelas pode afectar pesadamente o sector dos serviços e não irá beneficiar o sector do aço. Referendo ao "brexit" está marcado para 23 de Junho.

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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, considera que uma eventual saída do Reino Unida da União Europeia (UE) representaria uma autodestruição "económica e política" e prejudicaria as empresas dos sectores de serviços e metalúrgico.

Num artigo publicado hoje pelo diário “The Daily Telegraph”, o chefe do governo britânico afirma que, se os britânicos votarem pelo denominado "Brexit" no referendo do próximo dia 23 de Junho e o Reino Unido abandonar o mercado único, será uma decisão "desnecessária e imprudente".

A defesa da permanência na UE reiterada pelo político conservador é conhecida em paralelo com a publicação também hoje de uma sondagem que dá nota de uma nova subida das intenções de voto na permanência do Reino Unido entre os 28 Estados-membros.

O inquérito à população, realizado esta semana junto de 800 pessoas pela empresa de sondagens ORB, dá conta que 51% dos inquiridos apoia a permanência, o que representa uma subida de quatro pontos percentuais em relação a uma consulta realizada em Março e compara com uma descida de cinco pontos por parte do "brexit", que recolhe agora 44 por cento das intenções de voto.

Cameron sustenta que o corte do vínculo com Bruxelas pode afectar pesadamente o sector britânico dos serviços e não irá beneficiar o sector do aço, que atravessa uma crise profunda depois do gigante indiano da metalurgia Tata Steel ter anunciado na semana passada que vai vender os seus negócios no Reino Unido.

"Estamos a fazer tudo o que podemos para ajudar o aço britânico nestes momentos difíceis, mas a ideia de que a resposta é a saída da Europa é um erro perigoso: mais de metade das nossas exportações de aço têm como destino a Europa", acrescenta.

Cameron sublinha ainda que o "brexit" pode afectar o sector automóvel ou o das telecomunicações que operam com a UE, uma situação que, especifica, pode ter consequências negativas para os empregos e o nível de vida da população.

"À medida que avança a campanha pelo referendo fica cada vez mais claro que os que defendem a saída da Europa estão a convidar os britânicos a tomar uma decisão insólita, que é a de sermos a primeira economia da história que elege de forma deliberada uma relação comercial mais restritiva, de segunda categoria, com um mercado maior", escreve David Cameron.

O debate intensifica-se com a aproximação do referendo. Ontem, a Airbus, escreveu aos 15 mil empregados que tem no Reino Unido advertindo-os para os riscos de uma saída da União Europeia.

Na missiva, o gigante europeu da aviação lembra que o seu êxito empresarial assenta no movimento livre de pessoas e mercadorias no bloco dos países europeus, pelo que sublinhou a incerteza do que pode acontecer se os britânicos derem a vitória ao "brexit" no referendo de 23 de Junho.

Comentários
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  • Porconta
    06 mai, 2016 Porto 18:30
    Andou a semear tempestade e agora está arrependido mas é tarde os ventos só Deus os para.
  • Pinto
    05 mai, 2016 Custoias 21:47
    Não sei se é? Hoje a UE só funciona para interesses economicistas de alguns. Por acaso os cidadãos portugueses ficaram melhores em questão de igualdades como noutros países do Euro? Para a UE os cidadãos de países periféricos não contam.

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