29 abr, 2015 - 19:44
Um juiz de instrução criminal de Vila do Conde decretou a prisão preventiva para o alegado autor do quádruplo homicídio de terça-feira na Estela, Póvoa de Varzim.
Ouvido pelo juiz de instrução de Vila do Conde, o homem - que terá confessado o quadruplo homicídio - ficou sujeito à mais grave das medidas de coacção. Está indiciado por dois crimes de ameaça agravada, quatro de homicídio qualificado e um de posse de arma proibida.
O juiz considerou ainda existir perigo de fuga, uma vez que o homem tem residência em Espanha, e ainda perigo de continuação da actividade criminosa.
O arguido saiu do tribunal, juntamente com o seu advogado, Jorge da Costa, que deixou implícito que ao seu cliente seria aplicada a medida de coacção mais gravosa. "As medidas de coacção são aquelas que vocês podem imaginar", disse apenas.
Manifestação à porta
Cerca de 200 pessoas concentradas junto às instalações judiciais de Vila do Conde e vigiadas por um dispositivo policial, assinalaram a chegada do arguido com manifestações de animosidade, apelidando-o de "assassino", constatou a agência Lusa no local.
Os homicídios ocorreram cerca das 9h00 de terça-feira, vitimando pessoas da mesma família: os ex-sogros, a ex-mulher e o ex-enteado.
O homem, que é empresário, acabou por ser detido na A3, em Valença, a dois quilómetros da fronteira espanhola.
Já esta quarta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) emitiu um comunicado no qual refere que as quatro mortes na Estela ocorreram na sequência de "conflitos com a posse de terrenos e o recebimento das respectivas rendas" entre o alegado homicida e uma das vítimas.
Em comunicado, a PJ, através da Directoria do Norte, refere que os conflitos já se vinham a arrastar "desde há algum tempo", entre o suspeito, a sua ex-companheira e familiares desta.
Os funerais das vítimas fazem-se pelas 16h00 de sexta-feira na igreja da Estela, segundo aviso colocado à porta do templo.