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Polícia moçambicana acusa oposição de atacar localidade. Renamo nega

30 jan, 2016 - 17:15

Há vários meses que a situação política em Moçambique está tensa com várias informações e contra-informações.

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A Polícia da República de Moçambique (PRM) acusa a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) de ter atacado o povoado de Saute, na província de Gaza, sul do país, tendo matado uma pessoa.

"Eles [a Renamo] atacaram a população de Saute [no distrito de Chigubo] e mataram um tractorista que estava a trabalhar, abastecendo de água as populações afectadas pela seca", disse à Lusa o porta-voz da PRM na província de Gaza, Jeremias Langa.

O responsável acrescentou que a intenção dos alegados atacantes era encontrar uma das posições das forças de defesa e segurança na região, à semelhança do que aconteceu na madruga de quinta-feira no centro de Moçambique.

A Lusa contactou o porta-voz da Renamo, António Muchanga, que desmentiu a informação avançada pela polícia, tal como negou o ataque na madruga de quinta-feira ao povoado de Zero, na província da Zambézia, considerando que há um plano da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, no poder) para "manchar a imagem" do seu partido.

"É mentira, a Renamo não está envolvida nisso. Estou a dizer que é mentira", sublinhou António Muchanga, acrescentando que se trata de "confrontos entre eles".

A informação sobre o segundo incidente envolvendo a Renamo em menos de quatro dias foi avançada pela Rádio Moçambique e confirmada depois à Lusa pelo porta-voz da PRM em Gaza.

À semelhança do alegado ataque da Renamo na quinta-feira ao posto das forças de defesa e segurança do povoado de Zero, de acordo com o porta-voz da PRM em Gaza, o novo incidente no distrito de Chigubo deu-se de madrugada, por volta das 2h00 locais (1h00 de Lisboa).

"Os trabalhos de perícia já estão em curso e também já temos lá uma equipa que está a garantir a segurança das populações", afirmou Jeremias Langa, salientando que, apercebendo-se da chegada da polícia, os autores do ataque colocaram-se em fuga, em direcção a Funhalouro, na província de Inhambane (sul), onde existe uma base da Renamo.

Moçambique vive uma situação de incerteza política há vários meses e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ameaça tomar o poder em seis províncias do norte e centro do país, onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.

O líder da Renamo não é visto em público desde 9 de Outubro, quando a sua residência na Beira foi invadida pela polícia, que desarmou e deteve, por algumas horas, a sua guarda.

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