Astrónomos espanhóis e britânicos defendem que, para além da órbita de Plutão, podem existir, pelo menos, mais dois planetas que ainda não foram descobertos e pertencem ao Sistema Solar.
A hipótese é avançada num estudo publicado no boletim mensal da Royal Astronomical Society, do Reino Unido. Os investigadores referem que o comportamento anormal de objectos espaciais para lá de Neptuno sugere a existência de corpos espaciais do tamanho de planetas.
Se nada existisse para lá de Neptuno - o oitavo e último no elenco oficial de planetas do sistema solar, depois da retirada de Plutão da lista - esses objectos espaciais deveriam estar dispostos numa faixa uniforme, orbitando a uma distância de 22,5 mil milhões de quilómetros do Sol.
No entanto, as observações dos astrónomos permitem concluir que alguns desses objectos - designados por trans-Neptunianos - têm padrões orbitais inesperados e encontram-se a distâncias muito maiores do Sol do que seria expectável. Por isso, acreditam que existem corpos celestes com a dimensão de planetas para lá do sistema solar conhecido, que exercem a sua força gravitacional sobre esses objectos.
"O seu número exacto é incerto, uma vez que temos dados limitados, mas os nossos cálculos sugerem que existem pelo menos dois planetas, provavelmente mais, no nosso Sistema Solar", afirmou Carlos de la Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madrid. A equipa procura chegar a provas concretas da teoria, afirmando que "se se confirmar, será verdadeiramente uma revolução para a astronomia".
No ano passado, observações feitas no telescópio avançado ALMA, localizado no deserto chileno de Atacama, permitiram concluir que em outros sistemas solares há planetas a orbitar em torno de estrelas a distâncias na ordem das dezenas ou centenas de milhares de milhões de quilómetros.
Neptuno, o último planeta "oficial" do Sistema Solar, gira em torno do Sol a uma distância de 4,5 mil milhões de quilómetros.