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Entrevista

Catroga chama BE ao arco da governação. “Seria muito bom para Portugal”

27 abr, 2016 - 03:00 • Sandra Afonso

O antigo ministro das Finanças defende que, com “parceiros adequados”, amigos das empresas, o PS “fazia as boas políticas”. Eduardo Catroga sai em defesa do governador do Banco de Portugal e considera que o Governo deve limitar-se a criar condições sem intervir nos negócios dos privados, nomeadamente no sector da banca.

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Catroga chama BE ao arco da governação. “Seria muito bom para Portugal”

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Seria bom para Portugal se o Bloco de Esquerda (BE) subisse a quarto partido do arco do Governo, defende Eduardo Catroga em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.

“Tenho esperança que, pelo menos, o Bloco de Esquerda seja cada vez mais um partido do arco do poder e se venha a transformar num ‘Syriza 2’ ou ‘Syriza 3’, que seja bem-vindo à compreensão das variáveis determinantes da melhoria da produtividade, competitividade e do investimento empresarial na economia portuguesa. Isto seria muito bom para Portugal não ter apenas os três partidos tradicionais do arco do poder, mas ter mais um partido com uma visão mais de esquerda, mas que compreendesse as exigências da globalização”, afirma o economista.

Mas até isso acontecer o ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva não acredita que o primeiro-ministro, António Costa, leve “muito a sério” o discurso dos actuais parceiros de coligação, PCP, BE e Verdes, que “por enquanto, em termos semânticos, são inimigos do investimento privado”.

Eduardo Catroga defende que, com “parceiros adequados”, amigos das empresas, o Partido Socialista “fazia as boas políticas”.

Nesta entrevista à Renascença, o presidente do conselho geral e de supervisão da EDP demarca-se das críticas do PSD a algumas das iniciativas entre Belém e São Bento. Defende que o país precisa de “cooperação institucional estratégica” entre a Presidência da República e o Governo.

“Que não se fale mais no governador”

Eduardo Catroga pede que “não se fale” mais do governador do Banco de Portugal, depois de vários deputados já terem pedido a demissão de Carlos Costa.

“Carlos Costa é uma pessoa altamente capaz, séria integra. Não cai bem na economia portuguesa vermos espectáculos na Assembleia da República, com vários líderes partidários a procurarem dar ao presidente de uma instituição.”

O economista pede respeito pelas instituições, defende as capacidades do governador e lembra que sistema bancário português não foi o único a ter problemas.

O Governo deve limitar-se a criar condições sem intervir nos negócios dos privados, defende Eduardo Catroga que, enquanto ministro das Finanças, foi chamado a mediar uma situação entre bancos.

Agora, o Governo de António Costa esteve envolvido no caso BPI, entre espanhóis e angolanos, que terminou sem acordo e com Isabel dos Santos a acusar o executivo de imparcialidade, por causa do que chamou de lei BPI, feita à medida do problema.

Catroga acredita que o Governo não terá ultrapassado os limites, mas também lembra que as leis devem ser gerais e abstractas.

Concentração dos bancos diminui empréstimos

Sobre a “espanholização” da banca portuguesa, o ex-ministro das Finanças lembra que não há capital no país suficiente para financiar as empresas e bancos nacionais, por isso, é inevitável a entrada de investidores estrangeiros. A nacionalidade é indiferente, o que importa é o plano de negócios, diz.

Eduardo Catroga alerta que a concentração dos bancos ameaça diminuir os empréstimos concedidos. O economista considera que, mais importante que discutir a entrada de capital espanhol nos bancos nacionais, é o efeito da concentração da banca.

Comentários
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  • continuam?
    28 abr, 2016 lis 15:30
    A dar credibilidade a este figurão?...parecia um cordeirinho atrás do Costa a pedir batatinhas! Nojento!
  • Maria
    27 abr, 2016 Cascais 09:18
    Como é que se dá voz a gente inconsistente e oportunista deste calibre? Quem esqueceu as gorduras, do parvalhão que não descansou enqaunto a EDP/REN não fosse vendida à China? A RR que faça melhor jornalismo para ajudar o país a mudar. Para o PR sózinho é uma tarefa colossal!

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