24 mar, 2016 - 22:31
A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, acusa os partidos de oposição que pedem a sua destituição (impeachment) no Congresso de usarem "métodos fascistas" na tentativa de tirá-la do poder, segundo o jornal britânico “The Guardian”.
Dilma Rousseff contou a um grupo de correspondentes internacionais que estava a ser pressionada para renunciar porque os seus opositores queriam "evitar a dificuldade de remoção - indevidamente, ilegalmente e criminalmente - de uma Presidente legitimamente eleita".
Na entrevista, também acompanhada por jornalistas do “Le Monde”, “The New York Times”, “El Pais” e por um repórter do jornal argentino “Pagina 12”, Dilma voltou a classificar como "golpe" o processo que corre contra ela numa comissão especial da Câmara dos Deputados.
A Presidente é acusada de ter cometido um crime de responsabilidade porque o seu Governo teria usado dinheiro de bancos públicos para manipular as contas do Estado em processos conhecidos no país como "pedaladas fiscais".
Dilma alega que os processos conduzidos pela equipa económica nas contas públicas não se caracterizam como crime de responsabilidade, portanto, a sua saída forçada do Governo seria um acto ilegal.
Desde que o Ministério Público Federal anunciou que apura indícios de que o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter sido favorecido por empresas investigadas na operação “Lava Jato”, a chefe de Estado vem enfrentando forte oposição política e a insatisfação de uma parcela crescente da população.