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Ex-presidente do Banif revela movimentos de depósitos para o Santander

29 mar, 2016 - 21:52 • Paulo Ribeiro Pinto

Jorge Tomé compara a reolução do banco a uma "liquidação forçada" e a uma "doação".

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O ex-presidente do Banif Jorge Tomé revela que houve movimentos de depósitos para o Santander Totta antes da resolução e venda do banco em Dezembro do ano passado.

Jorge Tomé respondia na comissão parlamentar de inquérito a uma pergunta lançada pelo deputado do PCP, Miguel Tiago, sobre a fuga de depósitos para o banco que viria a comprar o Banif.

O ex-líder do Banco Internacional do Funchal confirmou que houve indicações dadas por parte de balcões do Santander de que o Banif ia fechar.

“Houve um movimento algo anormal, na Madeira, de vários clientes que chegavam ao pé dos nossos gerentes e dos nossos balcões dizendo que vários balcões do Santander lhes tinham dito que o Banif iria acabar em Dezembro, portanto, era melhor transferirem as contas para o Santander. Foi um movimento extensivo, embora sem resultados palpáveis, mas isso aconteceu”, declarou Jorge Tomé.

"A doação" ao Santander...

O Santander Totta comprou a parte boa do Banif por 150 milhões de euros. Jorge Tomé compara o negócio a uma doação.

O último líder do Banco Internacional do Funchal rejeita o modelo adoptado pelo Banco de Portugal e não percebe a opção tomada em Dezembro do ano passado.

“É um modelo de resolução que eu não consigo perceber face ao valor dos activos que o Banif tinha, todas as regras e critérios subjacentes à valorização daqueles activos contabilísticos. Não se consegue perceber. Eu configuro aquela solução como uma liquidação forçada do Banif. Até configuro mais: Foi uma doação [ao Santander Totta]”, declarou Jorge Tomé.

...e uma venda travada

Perante os deputados da comissão parlamentar de inquérito, revelou que o administrador do Estado no Banif travou uma tentativa de venda do banco a um investidor, no primeiro semestre do ano passado, muito antes da resolução de Dezembro.

Jorge Tomé diz que houve contactos com a então ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, sobre a possibilidade de vender a parte do Estado a um investidor. A proposta terá tido acolhimento por parte da ministra, mas acabou travada pelo administrador nomeado pelo estado para o Banif.

[notícia actualizada às 01h47, de quarta-feira, 30 de Março]

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