“Conceição foi como um jogador com quatro amarelos, não pensou”, explica Rúben Micael (que está preocupado com a economia madeirense)

O Sporting de Braga "fará de tudo" para conseguir roubar o último lugar do pódio da Liga ao FC Porto, incluindo premiar treinadores e jogadores que conseguirem consumar o feito.

Rúben Micael conhece bem o "orgulho" minhoto e fala pelas cores que defendeu durante três épocas, nas quais trabalhou com o presidente bracarense António Salvador.

“Se o Braga puder ficar em terceiro, fará de tudo para o conseguir. Vai ter um estádio cheio e tenho a certeza de que o próprio presidente vai incentivar com algum prémio, algo que já é normal, foi sempre assim. Para o António Salvador, e para o Braga, poder ficar à frente de um dos grandes é um motivo de orgulho”, garante, em declarações a Bola Branca.

O encontro da última jornada do campeonato coloca frente a frente FC Porto, no terceiro lugar, e Sporting de Braga, no quarto, separados por apenas um ponto.

Os dragões procuram segurar o último lugar do pódio, mas Rúben Micael desvaloriza o encontro para o lado do dragão: se alguém pode sentir a tensão do jogo decisivo, é a equipa minhota.

"Tensão? Só se for da parte do Braga, porque é importante. É que para o Porto, não ganhando o campeonato e não entrando na Liga dos Campeões, ficar em terceiro ou em quarto a diferença é começar a época uma semana mais cedo. Com todo o respeito, já é muito mau”, atira.

Sem supresa, Sérgio foi Conceição no dérbi

O cartão amarelo visto por Sérgio Conceição no final do encontro com o Boavista, que o retira do banco do FC Porto na visita a Braga, não surpreende Rúben Micael, embora reconheça que o treinador "está muito melhor" do que quando se cruzou com ele nos guerreiros.

“O Sérgio vive todos os jogos da maneira, é algo especial. Está muito melhor do que estava no início, mas foi um dérbi intenso [diante do Boavista]. Obviamente que ele não pensou no jogo com o Braga, porque ele não pensa assim. Ele queria era ganhar naquele momento. É como com os jogadores, quando temos quarto amarelos, no momento não pensamos nisso e o Sérgio também não pensou”, explica, em entrevista à Renascença.

Conceição foi admoestado por Artur Soares Dias logo após o golo de Mehdi Taremi, aos 90+8', que consumou a reviravolta dos dragões no dérbi frente ao Boavista. O técnico chegou ao quinto cartão amarelo que o tira do último jogo do campeonato.

Rúben Micael admite que a ausência do treinador será um factor que desfavorece o FC Porto para a visita ao minho, mas recorda que, noutros momentos, a equipa já respondeu positivamente em cenários semelhantes.

“Sabemos da importância do Sérgio no banco. Felizmente tem o Vítor Bruno e uma equipa que já demonstrou no passado que consegue fazer o trabalho sem o treinador por perto”, conclui.

O FC Porto visita o Sporting de Braga 34ª jornada. Os dragões ocupam o 3º lugar na tabela da Liga com 69 pontos, mais um que os guerreiros do minho.

Nacional devolve “orgulho” à Madeira

A história de Rúben Micael está intimamente ligada ao Nacional da Madeira, de quem é um adepto confesso.

O regresso dos alvinegros à I Liga foi uma agradável surpresa para o antigo médio, que atribui todo o mérito ao treinador Tiago Margarido.

“Ninguém, nem eu, confesso, estava à espera. O Rui Alves escolheu muito bem o treinador e ele, na minha opinião, é o grande obreiro desta subida. Com o mesmo plantel da época passada, que se salvou na última jornada, conseguiu este feito”, começa por dizer.

“É um momento de muito orgulho para todos os nacionalistas. Espero que na próxima época consigam ter um plantel que lhes permita a manutenção”, completa.

Para além do Nacional, também o Marítimo tenta o regresso à primeira Liga. Os verde-rubros ocupam o quarto lugar, com menos um ponto que o AVS, e ainda sonham com o play-off de subida.

Enquanto madeirense, Rúben Micael espera ver novamente duas equipas da ilha no principal campeonato português.

“Não sendo maritimista, também não quero o mal deles. Era bom que eles conseguissem ganhar e que o Aves não conseguisse, porque para nós, madeirenses, ter duas equipas na Primeira liga é muito bom”, explica.

“Nós notámos este ano o facto de não termos nenhuma equipa na primeira, até para a própria economia regional. Não veio cá nenhuma equipa grande. Não houve aquele movimento habitual de quando vem à Madeira uma equipa que traz muita gente. Parece que não, mas isso acaba por ser bom para os hotéis, para os bares, para os restaurantes, acaba por ser bom para todos”, completa.

Nacional e Santa Clara já confirmaram o regresso à I Liga. AVS e Marítimo disputam agora o terceiro lugar, que dá acesso ao play-off de subida.

Na última jornada da II Liga os madeirenses visitam o Académico de Viseu e o AVS recebe o Tondela.