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Défice: UTAO diz que Governo melhorou previsões de forma artificial

28 jan, 2016 - 19:43

Técnicos independentes que prestam apoio ao Parlamento alertam que o esboço de Orçamento tem "riscos de incumprimento".

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As previsões do Governo para o défice deste ano foram melhoradas de forma artificial, segundo a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).

Os técnicos independentes que prestam apoio ao Parlamento duvidam das contas apresentadas no esboço de Orçamento do Estado para 2016.

Em causa está o chamado saldo estrutural, o indicador que mede o esforço real da consolidação orçamental.

Os peritos defendem que os critérios utilizados pelo Governo para calcular este indicador não cumprem as regras europeias. Se essas regras forem utilizadas, o défice estrutural agrava-se em 0,4 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) e não cai 0,2 pontos, como previsto no esboço do OE 2016.

Foi sobre esta questão que a Comissão Europeia levantou dúvidas numa carta enviada ao ministro das Finanças, Mário Centeno.

Na análise preliminar ao esboço de Orçamento, a UTAO acusa o Governo de conseguir as melhorias no saldo estrutural de forma "artificial".

Os técnicos alertam que o documento "corre evidentes riscos de incumprimento ao nível do ajustamento estrutural”.

Falam também de "um risco não negligenciável que a composição do crescimento para 2016 seja diferente da considerada no cenário do Orçamento do Estado para 2016, com maior contributo positivo da procura interna e maior contributo negativo da procura externa líquida, resultando em impactos relevantes ao nível dos ajustamentos internos e externos."

Existem ainda riscos relativamente à concretização da recuperação do emprego no sector privado.

Os técnicos falam também de um risco, que não pode ser negligenciável, sobre a composição do crescimento da economia previsto pelo Governo para 2016, que é de 2,1%.

Na opinião da UTAO, a componente do consumo interno e a procura externa liquida estão a ser sobrevalorizados na previsão de crescimento do PIB.

[notícia actualizada às 21h03]

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  • Vasco
    29 jan, 2016 Santarém 20:57
    Afinal todos os organismos relacionados com o acompanhamento do OE quer sejam nacionais ou estrangeiros são unânimes em afirmar que algo não bate certo nas contas, das duas uma, ou são todos eles que não sabem fazer contas ou é agora esta gente do "Tempo Novo" que descobriram uma nova fórmula de as fazer e que ninguém mais conhece, com todas estas peripécias só desejo que não vamos tombar de novo noutra banca rota.
  • Pasme-se!
    28 jan, 2016 Lisboa 23:26
    Os comentários dos aficionados da geringonça seriam para rir até às lágrimas, se a situação do País não fosse de chorar amargamente. A cegueira ideológica é tanta que se recusam a ver todos os sinais de alarme que já aí estão. Bem pode Costa mostrar-se hipocritamente tranquilo. Mas o PCP vai ter de segurar o seu eleitorado (o que resta dele) e defender as suas posições. E a geringonça rebenta porque é impossível conciliar um endurecimento de posições do PCP com as regras de Bruxelas. É uma questão de tempo. O problema (o nosso) é apenas o nível de estrago que o PS de Costa, entretanto, vai provocar. Que nos defendam as instâncias internacionais de ele ter tempo de espatifar tudo outra vez, e de nos arrastar para outra bancarrota. Mas há quem persista em não querer ver. Há quem persista em acreditar que os hábitos de contenção e disciplina são negligenciáveis. Pesa-me ver um pensamento tão primário e rudimentar. E, ao dizê-lo, estou a ser simpática! Ninguém gosta de austeridade, senhores! Ninguém! Mas quando não há dinheiro, não há. Afinal, qual é a parte que não percebem? Preferem viver como na Venezuela? Têm alguma ideia do que seja viver num regime desses? Isso já não é austeridade? A minha boa educação impede-me de vos apostrofar como me apeteceria!
  • Observador
    28 jan, 2016 Fnc 21:51
    Uma pergunta, falando de incumprimentos a França, a Itália, a Espanha não tiveram os Orçamentos rejeitados? E quais foram as consequências para estes países? Ora adivinhe-se, será fácil! Mas adiantando, os representantes destes países rejeitaram as imposições de Bruxelas! Para ser mais preciso, cederam aqui e ali em matérias de secundária importância! E porque não fala disto a direita PSD, CDS e alguma comunicação social? Vá lá, falem do que se passou com França, Itália, Espanha etc. Porque há-de Portugal, os cidadãos, os portugueses viverem com o cepo da austeridade, da pobreza sobre as suas cabeças? Porque havemos de ser diferentes? Infelizmente há por cá no burgo quem pareça querer defender a austeridade sem fim e pior que isto pelo que se tem visto a troco de nada, ou melhor a trco de pobreza, de precariedade, do aumento da dívida etc.
  • Rui
    28 jan, 2016 Lisboa 21:30
    "consumo interno" ora bem... mais uns trocaditos na loja do chines. E assim a economia portuguesa recupera.. sim porque todos os produtos da loja do chines sao feitos em portugal.... ahahahahahahah
  • JULIO
    28 jan, 2016 vila verde 20:07
    Estes vigaristas continuaram a envergonhar Portugal e os Portgueses pur muito tempo?..

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