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Europa sob pressão. Turquia exige mais dinheiro, menos vistos e rapidez na adesão à UE

07 mar, 2016 - 15:10

Primeiro-ministro português defende que "a eterna negociação" sobre a adesão da Turquia à União Europeia tem que incluir os direitos humanos e liberdades fundamentais.

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O encontro em Bruxelas representa uma nova tentativa de convencer Ancara a travar o fluxo de refugiados para a Europa e aceitar os imigrantes ilegais que estão na Grécia, deveria durar cerca de duas horas, mas vai ser retomado esta segunda-feira à noite.

Segundo a agência Reuters, o primeiro-ministro turco chegou à reunião disposto a colaborar mais no plano da União Europeia, mas também a pedir mais contrapartidas: exige mais do que os três mil milhões de euros já prometidos por Bruxelas, que o processo de adesão à UE seja acelerado e pede ainda o fim dos vistos para os cidadãos turcos que viajem para a Europa.

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta segunda-feira em Bruxelas que "a eterna negociação" sobre a adesão da Turquia à União Europeia (UE) tem que incluir os direitos humanos e liberdades fundamentais.

"O diálogo com a Turquia tem que ser abrangente, tem a ver com a eterna negociação da adesão à UE, com a cooperação económica, com o diálogo em torno dos refugiados, tem a ver também com o diálogo em torno dos direitos humanos, das liberdades fundamentais", disse Costa em declarações à entrada para uma cimeira UE-Turquia sobre a questão do fluxo de refugiados.

"Isso também tem que fazer parte do nosso diálogo", sublinhou, acrescentando que a o relacionamento entre a UE e a Turquia tem que ser "responsável e construtivo", de modo a contribuir para "o aprofundamento da liberdade e do Estado de direito" no país.

No sábado, a polícia turca forçou a entrada entrou nas instalações do diário "Zaman" - crítico do Presidente Recep Tayyip Erdogan, que tem uma tiragem diária de 650 mil exemplares.

As autoridades turcas usaram gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar centenas de pessoas que bloqueavam o acesso ao edifício, gritando que a "imprensa livre não pode ser silenciada", depois de a justiça ter decidido colocar o jornal sob tutela.

O "Zaman" teve no domingo a sua primeira edição desde que foi colocado sob controlo estatal, exibindo uma linha claramente pró-Governo.

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Crise dos refugiados. “Europa já não é o que foi”
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  • diana freitas
    07 mar, 2016 Tavira 17:57
    Também pediram alguma coisinha para os seus compinchas do DAESH?
  • gil
    07 mar, 2016 Lisboa 17:09
    A UE tem falta de coragem de dizer redondamente não à entrada da Turquia na UE. Se a UE admitisse a entrada da Turquia estaria concretizado o plano do IS em ocupar a península Ibérica. A Turquia em geral e os seus dirigentes em especial o atual não escondem o que são. Seria um perigo e os dirigentes da UE não têm a legitimidade de decidir algo contra a vontade do povo da UE.
  • António Costa
    07 mar, 2016 Cacém 16:35
    ".... três mil milhões de euros já prometidos por Bruxelas, que o processo de adesão à UE seja acelerado e pede ainda o fim dos vistos para os cidadãos turcos que viajem para a Europa...." 3 000 000 000 euros, pois é....Mas pagar 3 mil milhões para não entrar 5 milhões de refugiados? É isso? E deixam "entrar" 80 milhões de turcos com pleno direitos ? Ou seja a UE vai pagar 3 mil milhões de euros para RECEBER 80 milhões de pessoas , porque se não pagar nada só recebe 5 milhões de pessoas? Penso que é um ótimo acordo........faz-me lembrar certas parcerias "público-privadas"....
  • Rui
    07 mar, 2016 Seixal 16:12
    Um pais extremista, sem liberdade de informacao a querer fazer parte da uniao europeia. Se isto acontecer , entao pela primeira vez pode-se dizer que a UE acabou.
  • Costa
    07 mar, 2016 Faro 15:59
    Aceitar a Turquia será o maior erro já cometido pela UE.

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