11 fev, 2016 - 01:20
O valor das bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, pagas aos investigadores, vai manter-se congelado, anuncia o ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior.
"Não temos nenhum estudo que diga que o valor [das bolsas] tenha de ser mudado", afirmou Manuel Heitor, esta quarta-feira, à saída de um debate no Parlamento sobre ciência.
Em declarações à agência Lusa, reiterou, sem quantificar, que o orçamento proposto para o sector prevê o reforço do número bolsas de doutoramento e pós-doutoramento.
A notícia do congelamento do valor das bolsas deixa desiludido o presidente da Associação de Bolseiros de Investigação Científica
Ouvido pela Renascença, André Janeco fala numa “expectativa que não é cumprida” para “dezenas de milhares de pessoas” que não têm o valor da bolsa actualizado “há muitos anos”.
A Associação lamenta que o valor das bolsas não seja actualizado desde 2002 e que os investigadores continuem a trabalhar na precariedade, e a pagar do seu próprio bolso.
“O mínimo valor que uma pessoa pode receber por uma bolsa, que pode constituir um trabalho de grande dimensão, é menor do que o salário mínimo nacional, por volta dos 300 e qualquer coisa euros. Uma bolsa de investigação andará pelos 745 euros. Não tem qualquer tipo de subsídio de almoço, não tem subsídio de férias nem de Natal. Não há uma comparticipação digna para a segurança social”, lamenta André Janeco, presidente da Associação de Bolseiros de Investigação Científica.