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Projecções do FMI muito distantes das de Centeno

04 fev, 2016 - 10:11 • Paulo Ribeiro Pinto

O Fundo Monetário Internacional avisa que ainda podem surgir perturbações no sector financeiro e aconselha a manterem-se esforços que conquistaram “a muito custo” a credibilidade e confiança dos mercados.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista que o Governo em relação ao crescimento económico e défice, apresentando projecções que ficam muito longe dos valores do esboço de orçamento do Executivo.

Na declaração final sobre a terceira missão pós-programa de ajustamento, os técnicos do FMI avisam para os impactos negativos de reverter algumas medidas tomadas pelo anterior Governo e que podem pôr em causa a recuperação económica.

Os técnicos do FMI avisam para os riscos dos custos orçamentais de reduzir o horário de trabalho para as 35 horas semanais na Função Pública e criticam as reversões da privatização da TAP e das concessões dos transportes de Lisboa e Porto. Para evitar surpresas, o Fundo Monetário aconselha o Governo a ter almofadas financeiras adequadas, até porque do sector financeiro ainda podem surgir perturbações.

O FMI acredita que o ajustamento orçamental foi “bem-sucedido” e aconselha a que os esforços para manter a credibilidade e confiança dos mercados - “conquistada a muito custo” - se mantenham.

A economia portuguesa deverá crescer a um ritmo muito abaixo do projectado pelo ministro das Finanças, com o PIB a registar uma variação de apenas 1,4%, abaixo dos 2,1 inscritos no esboço de orçamento.

Mas também o défice deverá ficar muito acima da estimativa de 2,6% de Mário Centeno, fixando-se este ano os 3,2% do PIB, ou seja, Portugal continuará a violar as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, mantendo-se sob o Procedimento por Défice Excessivo.

Mais uma vez surgem críticas ao aumento do salário mínimo. Para os técnicos de Washington, a actualização já em vigor desde o início do ano pode diminuir as possibilidades de que trabalhadores pouco qualificados encontrem emprego.

A missão do Fundo Monetário decorreu entre os dias 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro e foi coordenada com a Comissão Europeia e o Banco Central.

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  • Jorge
    17 fev, 2016 Conchinchina 00:50
    Só que este governo sabe muito mais que o FMI, qué que vocês pensam ?
  • Ana Maia
    16 fev, 2016 Amadora 13:32
    CARLOS COSTA, estou consigo :-D
  • Zamot
    09 fev, 2016 Lisboa 19:20
    Mentira, não são os tecnicos do FMI, que mandam estas noticias vergonhosas , é a direita portuguesa através do baixinho Vitor Gaspar, que está lá a influenciar , com conversas negativas e aqui o pagode (contribuintes) a lhe pagar um ordenado principesco ,naquele espaço politico.
  • Caro Rodrigues
    04 fev, 2016 Sintra 14:48
    A propósito de resgates... É melhor ler um pouco da história do nosso PORTUGAL. Siga o seu próprio conselho.
  • José
    04 fev, 2016 sintra 14:42
    Fundo Monetário aconselha o Governo a ter almofadas financeiras. Uma vez que Maria Luís Albuquerque garante que “temos os cofres cheios”, no problemo!!!
  • Jorge
    04 fev, 2016 Paris 13:27
    Que geralmente as deles ( FMI ) sempre são mais certeiras do que as dos governos, que puxam sempre para o lado que melhor lhes convém, haja visto que todos os anos as projeções dos mercados, para qualquer país, sempre ficam mais próximas da realidade do que as dos governos.
  • Carlos Costa
    04 fev, 2016 Santarem 12:58
    Claro que,no FMI é que estão errados!!!!! A geringonça está certa,sempre certa,tal como o monhé traidor!!!!
  • luz
    04 fev, 2016 xxx 12:48
    Eu não sou do FMI e fartei-me de rir c/ a previsão de crescimento de 2,1%! Governos (desgovernos) bons p/ parolos...
  • Observador
    04 fev, 2016 Fnc 12:32
    As projecções, previsões e estimativas de FMI e afins têm a credibilidade que lhes quiserem dar, na verdade o que lhes importa é serem ressarcidos daquilo que emprestam e pouco mais. Ou seja, em matéria social não é esta a preocupação destes organismos pelo que a pessoa, o cidadão, não são a prioridade para estes organismos conectados amiúde com os interesses dos mercados apenas e como tal devem ser contrariados, combatidos, impelidos a olhar a natureza das coisas por outros prismas. Basta de austeridade, esta não é o futuro para quem quer que seja, basta de demagogia, de hipocrisia, de cinismo! Deve sim o governo socialista de António Costa reivindicar, combater, lutar, não deve nem pode ser submisso, subserviente como o anterior, sob pena de nos voltarem a impor tudo o que querem com os desastrosos resultados que estão bem à vista nomeadamente no campo social!
  • Luis
    04 fev, 2016 PeM 12:04
    Centeno parece-me ser uma daquelas mentes brilhantes que consegue explicar tudo que tenha a ver com a sua area de conhecimento, mas quando lhe mandam estrelar e fazer um ovo mexido: NÃO SABE COMO SE FAZ! Ora este orçamento de Estado, como muita despesa e poucas receitas, é o OVO MEXIDO do Centeno...

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