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UE acusa Grécia de “negligenciar” deveres de fronteira e faz ultimato

27 jan, 2016 - 12:49

Atenas é acusada de não ter capacidade para lidar com a entrada diária de migrantes e refugiados e há quem defenda que o país deve estar fora de Schengen.

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A Comissão Europeia considera que a Grécia “negligenciou gravemente” os seus deveres de fronteira no âmbito do Espaço Schengen. Bruxelas ameaça fechar as fronteiras com este país, caso o governo de Atenas não consiga estabelecer, dentro de três meses, um controlo eficaz das suas fronteiras.

A hipótese é avançada pelo vice-presidente da CE, Valdis Dombrovskis, numa conferência de imprensa. "O relatório preliminar conclui que a Grécia negligenciou gravemente as suas obrigações e que há problemas sérios no controlo e fiscalização das fronteiras externas que devem ser ultrapassados", afirmou.

Os ministros da Administração Interna da União Europeia aprovaram em Novembro passado, o imediato reforço do controlo nas fronteiras externas ao espaço de livre circulação Schengen. O plano incluiu um controlo mais apertado "aos indivíduos que beneficiam da liberdade de movimentos" prevista pelo acordo de livre circulação de cidadãos que inclui 26 países.

Apesar de os políticos gregos estarem a ser criticados, os seus habitantes são elogiados. Segundo noticiou o jornal britânico “The Guardian”, um grupo de académicos de destacadas universidades mundiais, entre elas Oxford, Princeton e Harvard, prepara a candidatura a Prémio Nobel da Paz dos habitantes das ilhas gregas pelo auxílio que têm prestado aos refugiados.

A iniciativa tem como base uma petição "online" que foi lançada pela organização Avaaz.org. Dos 1,5 milhões de refugiados e migrantes chegados à UE em 2015, cerca de 900 mil entraram via Grécia.

Leis polémicas

O parlamento dinamarquês aprovou, terça-feira, a nova lei de imigração que inclui algumas medidas polémicas, nomeadamente o direito de a polícia passar a revistar todos os requerentes a asilo e de lhes confiscar dinheiro ou bens de valor superior a 1.340 euros. A legislação prevê algumas excepções, como bens que tenham "elevado valor sentimental", como é o caso das alianças de casamento.

As autoridades alemãs tomaram uma medida semelhante. Segundo o jornal "Bild", os métodos já estão a ser aplicados em dois estados do sul: a Baviera e o Bade-Vurtemberga. As normas aplicadas apoiam-se numa lei nacional que decreta que todos os refugiados e solicitantes de asilo devem, primeiramente, recorrer aos próprios bens e só depois usufruir da ajuda do Estado.

Já na Suíça, de acordo com a imprensa local, os refugiados que entrem no país têm de entregar às autoridades todos os bens de valor superior a 1.000 francos, pouco mais de 900 euros - uma prática corrente há vários anos. Para reaver esse dinheiro ou bens, a pessoa em causa deve abandonar a Suíça no espaço de sete meses, caso contrário, a verba é deduzida nas despesas associadas ao pedidos de asilo e de assistência social.

E surgem novos muros

A Áustria anunciou que vai erguer uma cerca ao longo da sua fronteira com a Eslovénia para controlar o fluxo migratório.

Mas este não é o primeiro. As autoridades húngaras começaram a 13 de Julho a erguer um muro de quatro metros de altura que deverá prolongar-se pelos 175 quilómetros da fronteira entre a Hungria e a Sérvia.

Já o governo búlgaro começou a reforçar o controlo da sua fronteira com a Turquia em 2014. Uma das medidas foi a construção de um muro com cerca de 160 quilómetros ao longo da linha fronteiriça.

Mais recente é a vedação de 1,5 quilómetros em Calais, no Norte de França, ao longo da entrada para o Canal da Mancha e que vai dar ao sul de Inglaterra. A estrutura, com pouco menos de quatro metros de altura, é temporária e será aumentada. O Reino Unido está a planear gastar cerca de 31 milhões de euros em novas vedações.

Comentários
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  • tomem lá
    28 jan, 2016 depoisqueixem-se 11:57
    o pior é que estes pseudo solidários têm solidariedade pelos refugas (destes que em grande parte só vêm fazer porcaria) mas pelos de cá, por estes que não têm comida para dar aos filhos, que não têm trabalho, nem uma palavrinha solidária. E pior, se fossem vitimas destes refugas (muitos destes que são criminosos e assassinos) se calhar pensavam melhor na sua pseudo solidariedade... Porque não peguem em armas estes que arriscam a vida por mar e vão lutar contra as bestas??? E ainda vêm estas com as burkas, que parecem gente fantasma, escondias num manto preto. Mas isto admite-se uma coisa destas num país democrático??? É que elas ainda têm o desplante de dizer que as mulheres são todas umas vadias porque se exibem aos homens. E esta Ein?! Tomem lá gente burra!
  • MC
    28 jan, 2016 Aveiro 11:54
    Esta UE envergonha-me e enoja-me... Que alguns mentecaptos defendam nestes comentários estas estupidezes paridas pela Dinamarca, Comissão Europeia e afins, não me surpreende.... Mas acusar a Grécia de falta de controlo de fronteiras externas é no mínimo repugnante!
  • Aquiles
    28 jan, 2016 Lisboa 10:26
    Tá tudo com pena dos refugiados(a maior parte terroristas) que entram na Europa. Chama-se a isto uma invasão pacifica da Europa pelos muçulmanos fundamentalistas que vão continuar a matar europeus com bombas. Esquecem-se estes pseudo- solidários que na Europa e mormente em Portugal há milhares de pessoas a passar fome e sem casa a viver em barracos e sem condições de educar os filhos. E querem gastar o nosso dinheiro enriquecendo os refugiados dando-lhes casas e comida e roupa lavada e mais unsd trocos para colocarem bombas.. Tenham jhuízo!
  • Alberto Sousa
    27 jan, 2016 Portugal 17:34
    Mais uma vez a UE demonstra uma total e absoluta incapacidade e irresponsabilidade. Depois do que lhes fizeram (e fazem) a Grécia já faz muito em aceitar os refugiados de uma guerra patrocinada também por países europeus para satisfazer algumas industrias. Eu se fosse 1º ministro grego investia num comboio de alta velocidade e à medida que estes iam entrando no país dava-lhes comida e bebida e metia-os no comboio até ás fronteiras que em menos de duas horas já não estavam em território grego.
  • O Tuga
    27 jan, 2016 Lx 17:00
    A UE primeiro patrocina a guerra na Síria e em todo o Médio-Oriente, tirando lucros fabulosos disso. Depois, quando se vê confrontada com o reverso da medalha, i.e. os desgraçados dos refugiados que fogem de uma horrível carnificina diária, tomam esta postura. Esta hipocrisia é no mínimo vergonhosa!
  • António Costa
    27 jan, 2016 Cacém 16:39
    Em vez de enviarem milhões para a Turquia "agredir" a Síria e massacrar milhares de combatentes curdos anti-EI, deviam era ajudar a Grécia.
  • Cristina Vieira
    27 jan, 2016 Lisboa 16:03
    A questão dos refugiados é complicada. É claro que a UE deve resolver a questão no seu ponto de origem. Eu não sou a favor de Portugal ter que receber refugiados impostos pela UE somos um País com dificuldades e também nós tempos muitos portugueses a passar dificuldades e estes não são ajudados pelo nosso País e muitos deles também emigraram em busca de melhores condições de vida. Estes indivíduos vêem para o nosso País vão lhes dar dinheiro e casa, aos portugueses que ficam sem trabalho tiram-lhes as casas. é uma hipocrisia sim, o não criarem medidas restritivas a essa entrada desenfreada de refugiados. Temos que ser duros e cuidar de quem esta cá dentro não de quem vem de fora.
  • PedroSantos
    27 jan, 2016 lx 15:38
    e a Alemanha deve estar fora do euro por não ajudar países com dificuldades financeiras para cumprir Schengen.! Provavelmente querem vender mais uns submarinos ou uns Drones para controlar as fronteiras e aumentar o endividamento...
  • Paulo
    27 jan, 2016 vfxira 15:26
    Esta "União Europeia" é um verdadeiro desastre,só funciona bem para exigir,e fomentar a fome nos países que não lhes podem fazer frente,depois do que fizeram á Crécia ainda têm o desplante de exigir contenção nos refugiados.Porque não pedem contas a quem criou esta situação? Não sabem quem foi?Ou vão pelo mesmo caminho da lei vergonhosa da Dinamarca?
  • JC
    27 jan, 2016 Lisboa 15:12
    Depois do saque que fizeram à Grécia o governo Grego não deveria gastar nem um euro com restrições à entrada dos migrantes, mas sim, recebe-los e encaminha-los para os países causadores deste desastre e que lucram diariamente com a situação que criaram nos países periféricos. Venham eles !!!!!

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