20 jan, 2016 - 08:22
O chefe de gabinete do secretário de Estado do Conselho de Ministros terá sido interceptado em escutas telefónicas com o antigo presidente do Instituto dos Registos e Notariado, António Figueiredo, principal arguido do caso “vistos Gold”. A notícia é avançada esta quarta-feira pelo jornal “Público”.
As escutas são de 2014 e, segundo a publicação, António Figueiredo terá garantido a Luís Goes Pinheiro, militante do PS, que poderia ser favorecido por parte do júri da Cresap (a comissão de recrutamento e selecção para a Administração Pública) na obtenção de um lugar de chefia.
Goes Pinheiro terá mesmo recebido indicações de como se deveria comportar e o que deveria responder numa das entrevistas para que foi chamado.
O “Público” refere também que o actual chefe de gabinete do secretário de Estado do Conselho de Ministros não é arguido no processo dos vistos Gold, tendo sempre sido ouvido como testemunha.
Confrontado com o teor das escutas, Luís Goes Pinheiro garante que, nos quatro concursos a que se candidatou, sempre foi finalista sem que alguma vez tenha contactado com elementos do júri. E acrescenta que sempre viu nos telefonemas de António Figueiredo meras conversas de cortesia e nunca manobras de favorecimento.