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Cão do Barrocal Algarvio quer ser reconhecido

19 jan, 2016 - 04:26

Criadores defendem que esta é uma raça diferente que, apesar do seu pelo poder dar a entender que se trata de um cão de gado, este é um animal com grande resistência e energia, que tanto pode ser cão de caça como de companhia, dada a sua meiguice.

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Quase extinto na década de 1960, o cão do Barrocal Algarvio aguarda aval para ser mais uma raça de cães portuguesa reconhecida, numa altura em que se estima a existência de mais de 1.500 exemplares.

Após 15 anos de recuperação, divulgação da raça e de trabalho de verificação genética, a Associação de Criadores do Cão do Barrocal Algarvio (ACCBA) viu esta raça integrar a mais recente edição do Clube Português de Canicultura sobre as raças de cães portugueses e os seus estalões, ou seja, características.

"Pessoalmente, tinha a certeza que era um cão que estava cá há muitos anos", disse à Lusa um dos fundadores da associação e criador de cães do Barrocal Algarvio há 44 anos, José Afonso Correia, que se assume "apaixonado" pela raça.

Actualmente, o processo está com a Direcção-Geral de Veterinária e Alimentação, que é a entidade detentora do livro de raças portuguesas e a entidade competente para dar a última palavra sobre se o cão do Barrocal Algarvio passa a ser a nova raça de cães de origem portuguesa ou não.

Especialistas na área da canicultura admitem a introdução da raça na região durante o período da ocupação árabe, altura em que os cães eram considerados impuros, com excepção para o Saluki, que era considerado uma dádiva de Alá que já era representado pelos Sumérios cerca de 7.000 mil anos a.C. e considerado pelos egípcios como o "Nobre".

Com olhos amendoados, orelhas pontiagudas de pelo curto na ponta e de pelo comprido na base, cauda em forma de bandeira ou de cauda de escorpião e patas com pelos compridos em franja, este cão era particularmente encontrado na faixa entre o litoral e a serra algarvia, a zona do Barrocal que viria a dar nome à raça.

"No início do processo, o cão tinha vários nomes, nomeadamente o Abandeirado, o Felpudo, o Peludo", explicou o presidente da ACCBA, Rogério Teixeira, acrescentando que o novo nome foi escolhido como forma de mostrar a origem e prevalência destes cães nas zonas do Barrocal e a forma de identificar a região de origem.

Rogério Teixeira e José Afonso Correia defendem que esta é uma raça diferente e que, apesar do seu pelo poder dar a entender que se trata de um cão de gado, este é um animal com grande resistência e energia, que tanto pode ser cão de caça como de companhia, dada a sua meiguice.

"É um cão que tem uma paixão pela caça. É um caçador nato que está aqui", disse José Afonso Correia apontado para a sua matilha de cães do Barrocal Algarvio, que assegura serem excelentes para a caça a coelhos.

Para a caça de perdiz, aquele criador - que tem distribuído gratuitamente dezenas de cães por todo o país - diz que, "embora não seja um cão de parar, para ir buscar uma perdiz ferida é dos melhores porque tem um olfato muito apurado e é um cão muito trabalhador".

Desde a fundação da ACCBA que o grupo de associados tem apostado na divulgação da raça por todo o país, apresentando estes cães em várias feiras de caça e agricultura.

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  • Miguel torres
    01 jun, 2017 Trofa 22:30
    Sou caçador de coelho,gostria de adquirir um podengo barrocal pois acho que sera uma mais valia para caçar nos montes da minha zona,gostaria de saber por quanto fica o preço.obrigado pela atenção.
  • Clara ramos
    23 ago, 2016 Sintra 23:21
    Ola eu tenho uma cadela que penso ser uma barrocal algarvia,como posso eu saber se é realmente?
  • Armando Carvalho
    26 jan, 2016 Charneca de Caparica 10:08
    Bom dia, Sou caçador, ao coelho sobretudo. Pretendo um exemplar do cão do barrocal algarvio (fêmea) para caçar com cães de outras raças (principalmente podengos). Aprecio, para alem do faro, resistência e resiliência, a aptência natural para cobrar. Aguardo notícias. Obrigado. Cumprimentos. Armando

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