17 jan, 2016 - 13:47 • Paula Caeiro Varela
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Pode tirar-se um candidato de São João da Madeira, mas não há como impedir que São João da Madeira vá até ao candidato.
O candidato apoiado por PSD e CDS às autárquicas antecipadas daquele concelho foi Santa Maria da Feira, para transmitir a mensagem que Passos Coelho deixou no comício de sábado à noite: o apelo ao voto em Marcelo Rebelo de Sousa.
Ricardo Figueiredo, o candidato autárquico, e Marcelo Rebelo de Sousa, o candidato presidencial, vão a votos no mesmo dia. E ambos têm o apoio de Passos declarado sem reticências este sábado, num comício que juntou mais de mil pessoas.
Marcelo aceita o apoio, mas repete os avisos e a distância partidária que quis colocar na sua campanha: “Cabe ao Presidente, independente, exercer o seu mandato acima dos partidos e os partidos têm de compreender isso. Mesmo o partido a que eu pertenço tem de compreender que o Presidente está noutro plano, e aprecia as coisas noutro plano. Cada partido luta, naturalmente pelos seus princípios, o Presidente está acima, está ao nível do interesse nacional. Isso umas vezes agrada ao partido, outras não agrada. É a vida!”
Questionado sobre se isso significa que coloca de parte a hipótese de eleições antecipadas para fazer vontade ao PSD e ao CDS, o candidato presidencial lembrou que sempre se tem pronunciado pela estabilidade e tem dito que espera que o Governo cumpra a legislatura.
Eleições antecipadas, para já, só mesmo ali ao lado, em São João da Madeira, onde Passos foi no sábado e terra que Marcelo contornou este domingo, para ir até à Feira ver como se fazem fogaças.
Quanto a perder votos à direita para ganhar os do centro, Marcelo considera que o eleitorado social-democrata e centrista, olhando para as sondagens, aparentemente tem respondido à recomendação de voto feita pelos partidos. E, também olhando para as sondagens, acrescentou que “aparentemente há um numero muito significativo de eleitores de outros partidos e sem partido” que vota na sua candidatura. “As percentagens são de tal maneira que, obviamente, significam a convergência de eleitores de muitos lados”, disse ainda Marcelo Rebelo de Sousa que, depois de visitar a fábrica de fogaças, foi à missa.