06 jan, 2016 - 06:52
A pedido dos Estados Unidos e do Japão, o Conselho de Segurança das Nações Unidas vai reunir-se esta quarta-feira de emergência, para discutir a realização do primeiro teste nuclear de hidrogénio pela Coreia do Norte.
A Casa Branca diz ainda não poder confirmar a veracidade do teste, mas exige a Pyongyang que cumpra as obrigações que tem com a ONU. E promete responder de forma apropriada a quaisquer provocações norte-coreanas.
Já o primeiro-ministro japonês diz que o teste nuclear é uma ameaça ao país e também promete uma resposta firme.
A Coreia do Sul, por seu lado, já anunciou ter colocado o exército a monitorizar o lado norte da península.
Para justificar o teste, Pyongyang reclama o direito legal de o fazer para proteger o país dos Estados Unidos.
Numa zona utilizada pelo regime norte-coreano para realizar ensaios com armas atómicas foi registado um sismo de 5.1 graus na escala de Richter.
A mais alta percentagem de efectivos militares por habitante
O quadro é de alta tensão. A Coreia do Norte é um dos países mais fechados do mundo, num dos mais duros regimes ditatoriais, e muito se especula sobre o seu poderio militar.
Com cerca de 25 milhões de habitantes, a Coreia do Norte terá o quinto maior exército do mundo: um milhão e duzentos mil soldados activos. Ou seja, 20% entre os 17 e os 54 anos de idade e ainda sete milhões e 700 mil reservistas.
O país tem a mais alta percentagem de efectivos militares por habitante do mundo: um soldado alistado por cada 25 cidadãos norte-coreanos.
De resto, o índice Global Fire Power, que mede o poderio militar de 126 países, coloca as forças armadas norte-coreanas em 36.º lugar na actualização de Novembro.
Já o poder de fogo norte-coreano, embora numeroso, será datado e limitado na sua eficácia.
Os equipamentos são uma mistura de veículos do tempo da Segunda Guerra Mundial e pequenas armas, sobretudo de fabrico soviético.
Mas, os maiores receios da comunidade internacional prendem-se com os programas de armamento não convencional. Em 2003, Pyongyang declarou a existência de ogivas nucleares e realizou testes em 2006, 2009 e 2013.
Em Maio do ano passado, o regime anunciou a possibilidade de instalar armamento nuclear miniaturizado em mísseis balísticos. Aqui, as opiniões dividem-se: uns especialistas dizem ser mera propaganda, outros encaram-nas preocupação e consideram que os anúncios confirmam a capacidade da Coreia do Norte para desenvolver de forma rápida e numerosa o seu arsenal nuclear.