18 dez, 2015 - 09:29 • André Rodrigues
A possível presença de três alegados jihadistas franceses em Portugal fará parte de "um plano de fuga, de recuo, porventura de trânsito para outras paragens". A tese é avançada à Renascença por Rui Pereira, presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT).
O “Jornal de Notícias” avança esta sexta-feira que as autoridades portuguesas procuram três suspeitos de terrorismo que estarão armados e são considerados extremamente perigosos. Um deles será Samir Bouzid, procurado internacionalmente por alegadamente ter participado na preparação dos atentados de 13 de Novembro, em Paris, que mataram 130 pessoas.
Informações da Interpol e da polícia espanhola dão conta de que este alegado jihadista terá passado por território belga e estará em trânsito numa viatura da marca Citröen com matrícula francesa. O jornal revela que estará em curso uma operação policial de “caça ao homem”, sobretudo focada na região norte de Portugal.
Rui Pereira, antigo ministro da Administração Interna, lembra que “isso não deve ser motivo para alarme. Concentração e alguma preocupação, sim. Mas não alarme”.
O presidente do OSCOT não acredita que, com os actuais dados, seja necessário subir o nível de prevenção face a ameaças terroristas em Portugal. “Claro que essa é uma avaliação que cabe às autoridades fazer. Mas diria que, em si mesma, esta notícia tem de ser conjugada com outros dados que haja sobre a eventual preparação de algum atentado”, explica.
“Não estamos desprevenidos”
Este especialista considera contraproducente alimentar qualquer tipo de alarmismo face a estas notícias e defende que "a sociedade portuguesa tem todas as condições para confiar no trabalho das autoridades que estarão no terreno a tomar todas as medidas necessárias para encontrar e deter estes suspeitos".
De momento, Rui Pereira assegura que "não há dados que permitam afirmar que está iminente um atentado terrorista", mas lembra, por outro lado, que "não podemos garantir que estamos a coberto de um atentado terrorista".
“Seguramente, não somos apanhados desprevenidos”, conclui.