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Sindicato diz que TAP foi vendida em “secretismo” e de forma “obscura”

13 nov, 2015 - 10:46

Sindicato do pessoal de voo continua a ser contra a privatização da transportadora, mas garante que o "objectivo de defesa dos trabalhadores" se mantém.

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A privatização da TAP é um processo “pouco claro” e que foi feito de uma forma “muito obscura” por parte do Governo. A acusação é feita pelo dirigente do Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).

O membro do SNPVAC reagia assim, em declarações à agência Lusa, à assinatura do acordo de conclusão da venda directa de 61% do capital da TAP anunciado na quinta-feira à noite pela Parpública.

Em declarações à Renascença, Nuno Fonseca lembra que a a privatização foi concluída num dia. Primeiro, com a aprovação em conselho de ministros e, depois, com a assinatura dos contratos entre a Parpública e o consórcio da Gateway, já ao início da noite e à porta fechada. ”Isto não augura nada de bom, pois se o negócio fosse realmente bom teria havido uma maior abertura da parte das informações que saíram”, sublinha.

O sindicalista garante que estrutura continua a ser contra a privatização da TAP, mas que o “objectivo de defesa dos trabalhadores” se mantém. ”O sindicato tem uma posição contrária a este processo de privatização. Tem-na desde o início e não a vai alterar. No entanto, a posição do sindicato é uma posição acima de tudo de defesa dos seus associados e dos trabalhadores que representa”, referiu.

Lembrou que o Governo tomou a decisão de privatizar a TAP porque a empresa estava numa situação financeira grave. “Mas será mesmo que a situação é tão grave na TAP neste momento que não podiam aguardar, e, a ser verdade, é fruto de uma má gestão ou de uma gestão propositada que levou a empresa a estar nesta situação”, questionou.

Nuno Fonseca recordou que, quando se falou em avançar com processos de privatização da TAP em 1998/1999 e em 2011, também já se falava na situação da empresa.“Dizia-se que a TAP não ia sobreviver, mas na realidade sobreviveu e continuou bem”, vincou.

O Governo aprovou quinta-feira em Conselho de Ministros a minuta final do processo de venda de 61% da TAP ao consórcio Gateway, alegando que a celebração desse contrato é uma necessidade urgente e inadiável, enquadrando-se, portanto, nas competências de um executivo em gestão.

A 13 de Outubro passado, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) deu parecer positivo à venda da TAP ao consórcio Gateway, mas pediu esclarecimentos sobre a estrutura acionista do consórcio comprador, para verificar se ela é controlada pelo português Humberto Pedrosa, como as regras europeias impõem.

Comentários
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  • a.pereira
    14 nov, 2015 ? 10:38
    Já não dá mais prejuízos e não nos afligem com as greves. No próximo ano já temos lucro...
  • Joao Almeida
    14 nov, 2015 Lisboa 08:25
    Esclarecimento: Este sindicato não tem qualquer ligação aos Pilotos da Empresa, as pessoas podem ser levadas a assumir isso pela foto.
  • JS
    13 nov, 2015 Braga 15:29
    E já vai tarde esta privatização. Se a minha empresa der prejuízo vai à falência certo??? Ou será que o estado com o dinheiro dos nossos impostos vai andar sempre a tapar o prejuízo???? Deixem-se de greves e trabalhem seus mandriões. Isto dos sindicatos é uma treta... se trabalhassem em vez de assobiar para o lado e fazer greves, isso é que eu queria ver. Se tudo fosse privatizado queria ver essa malta a fazer greves por dá cá aquela palha. Esta esquerdalha dos sindicatos só quer que tudo se mantenha para garantir o seu financiamento...caso contrário vão desaparecer.
  • Petervlg
    13 nov, 2015 Valongo 14:53
    Vender a TAP a 1 centimo é um excelente negocio
  • xico
    13 nov, 2015 fim do mundo 12:42
    Tap serviço publico ? A que preço? Quem paga os 150 Milhoes anuais de perdas? Se for sim, então paguem.
  • rotiv
    13 nov, 2015 faro 12:42
    TAP privatizada, mordomias acabadas. Deixem-se de demagogias em relação a companhias de bandeira porque houve privatizações bem mais escandalosas e prejudiciais para o funcionamento do país, veja-se o caso dos CTT, da ANA, EDP, REN e outras. Eu, enquanto cliente, se quando quiser voar do ponto A para o ponto B procuro a companhia que me fizer melhor preço. Estou-me marimbando se ela é de bandeira ou não e nem sequer nutro qualquer respeito ou preocupação com esse pormenor.
  • seixal
    13 nov, 2015 seixal 12:33
    As empresas publicas não são minhas, pago sempre tudo. Isto só serve os que lá trabalham, o zé povinho paga sempre. O resto da malta aqui que defende tem interesse no mesmo. Lamento. Os países mais ricos do mundo não têm companhias de aviação, publicas e todas as outras dão lucro, senão fecham. Portugueses a trabalhar 35 horas e outros a 40 tem de acabar. Ou existe moral ou pagam todos.
  • 13 nov, 2015 Portugal 11:58
    O povo tuga é, numa grande maioria, muito burro e fácil de manipular. Ouve dizer que a companhia aérea nacional custa muito ao Estado, que funciona mal e que a culpa é de quem se revolta internamente pelo mau funcionamento da empresa (normalmente causado por aqueles que recebem balurdios - e não são os pilotos), e acredita nisso cegamente! ANDAM A VENDER-VOS A CASA E VOCÊS APLAUDEM! Parece que assim não têm de pagar as contas mas rapidamente ficam a dormir na rua. (E quem se queixa tanto do mau serviço da TAP é porque não deve viajar muito noutras companhias. Esses que comecem já a habituar-se ao funcionamento da Ryanair porque brevemente a TAP que terão será assim - isto se a tiverem de todo!)
  • Manuel Chaves
    13 nov, 2015 Vila Real 11:44
    Faço minhas as palavras deste sindicato em relação ao acordo á esquerda.
  • FRANCISCO OLIVEIRA P
    13 nov, 2015 VILAR DE ANDORINHO VNG 11:40
    Não era só a TAP. Deveria ser vendido tudo o que custa dinheiro ao povo. A CP a TRANSTEJO, o METRO DE LISBOA e o do PORTO, os STCP, a RTP, as RÁDIOS, etc. São milhões a mais que os contribuintes colocam nessas empresas. Ou há lá gente a mais ou ganham demais.

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