13 nov, 2015 - 17:06
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considera que o Governo em gestão “afrontou o Presidente da República” ao fechar o negócio de venda da TAP, apesar de ter sido derrubado no Parlamento.
No final de uma audiência com Cavaco Silva, o líder da CGTP considera que o processo de privatização da companhia aérea constitui um “confronto institucional grave”.
“O senhor Presidente da República deve, na nossa modesta opinião, pronunciar-se sobre o assunto, reflectir e decidir aquilo que muito bem entender”, apela Arménio Carlos.
A Presidência da República, sublinha, “não pode ser solidária com um negócio desta natureza”, porque “por este caminho, qualquer dia, onde é que nós vamos parar. Hoje foi a TAP e, se calhar, o Governo já está a pensar naquelas que vêm a seguir”.
Arménio Carlos considera que, no caso da TAP, o Governo em gestão “exorbitou as suas competências e abriu um conflito institucional”, uma vez que a maioria parlamentar de esquerda está contra este processo de privatização.
“No mínimo, o que se justificava neste Governo era que suspendesse o processo e deixasse para o próximo Governo a resolução do problema”, defende.
CGTP defende um Governo PS
O secretário-geral da CGTP defende que a proposta do PS é a saída mais "adequada" e que trará mais estabilidade, recusando a continuação do executivo PSD/CDS ou um executivo de iniciativa presidencial.
"Não estamos de acordo com qualquer solução que passe pela continuação deste Governo, mesmo que seja num quadro de Governo de gestão ou de um Governo de iniciativa presidencial”, afirmou Arménio Carlos aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República, que está desde quinta-feira a ouvir os parceiros sociais.
Para o líder da CGTP, “isso iria manter a instabilidade e criar condições para uma situação transitória que não traria benefícios ao país".
Desta forma, acrescentou Arménio Carlos, a central sindical transmitiu ao Presidente da República, Cavaco Silva, que considera que "a saída mais adequada" e trará mais confiança é que tome posse o Governo que o PS anunciou publicamente que dispõe de uma maioria parlamentar.