13 nov, 2015 - 16:08
O novo dono da TAP David Neeleman defende que as companhias "low cost" são o maior desafio, revelando que o plano é ter tarifas baixas para "quem quiser viajar atrás e mais apertado".
"Talvez o maior desafio sejam as companhias aéreas 'low cost'. Passei pelo Porto no outro dia e fiquei assustado com oito aeronaves da Ryanair e mais quatro da easyJet. Não podemos desistir. Temos que nos tornar mais competitivos", afirmou o empresário num encontro com trabalhadores da TAP, a decorrer nas instalações da empresa em Lisboa.
Segundo o empresário, o plano é segmentar: "Vamos ter uma tarifa de 39 euros, mas o passageiro vai sentar-se atrás e pagar pela bagagem", isto é, "vai ser Ryanair com uma frequência de cinco vezes por dia, em vez de uma".
A declaração dos novos donos companhia aérea acontece depois de, na quinta-feira, o Governo ter aprovado a minuta final do processo de venda de 61% da TAP ao consórcio Gateway, formado por David Neeleman e pelo empresário português Humberto Pedrosa, dono da Barraqueiro.
O executivo argumenta que a celebração desse contrato é uma necessidade urgente e inadiável, enquadrando-se, portanto, nas competências de um executivo em gestão.
A aprovação da venda implicou uma alteração ao acordo, nomeadamente nas condições da operação da capitalização. Assim, em vez de a injecção de dinheiro ser feita apenas até Julho de 2016, o comprador concordou em colocar 150 milhões já, com outros 120 a entrar até Julho do próximo ano.
Caso o comprador não consiga colocar a segunda tranche de 120 milhões, a operação reverte, sendo que os primeiros 150 milhões não têm de ser devolvidos, explicou a secretária de Estado.
Começou um "novo ciclo" para a TAP
Numa mensagem publicada na rede social Facebook, a TAP anuncia que começou um “novo ciclo da sua já longa vida, de 70 anos”.
Esta mudança, sublinham os novos donos da empresa, “garante, no entanto, que a TAP preserve todas as suas qualidades e carácter português, adicionando novas competências e experiências, reforçando o seu “hub” em Lisboa e assegurando, assim, não só a manutenção, como o reforço do seu papel na ligação da Europa a África e às Américas”.
Nesta primeira fase, a prioridade vai “para a adaptação e reforço dos métodos de trabalho e para a consolidação da TAP, a fim de que, numa fase seguinte, se avance para o reforço da frota e da sua rede de destinos, nomeadamente no Brasil e na América do Norte”.
Os novos 53 aviões encomendados são de “última geração, mais confortáveis e eficientes, novos interiores de cabina, com produtos adequados a cada segmento de clientes, reforçando-se assim o foco da TAP na satisfação do cliente”, refere o comunicado.
“A TAP inicia agora uma viagem para liderar o futuro de braços abertos, contando com a preferência dos seus Clientes e com o reforço da colaboração com os seus parceiros de negócio”, concluem os novos donos da companhia aérea.