Quase duplica o número de mortos de tragédia em Meca

O número de vítimas da tragédia durante a peregrinação de Setembro a Meca, na Arábia Saudita, subiu para 1.453 mortos, avança a agência de notícias Associated Press (AP).

O último balanço oficial do acidente, registado a 24 de Setembro, apontava para 769 mortos e 934 feridos.

A agência revela agora a existência de mais 684 vítimas mortais, o que torna esta tragédia na mais grave de sempre durante uma peregrinação anual a Meca. Em 1990, 1.426 peregrinos morreram numa debandada em Meca durante o mesmo ritual de "apedrejamento de Satanás". Nesse incidente, há 25 anos, milhares de peregrinos circulavam dentro do túnel de al-Muaissem.

Os números agora avançados pela AP têm por base informações oficiais de 19 países de origem das vítimas e ainda não foram confirmados oficialmente pela Arábia Saudita, que não actualiza o número de mortos desde 26 de Setembro.

O incidente de 24 de Setembro aconteceu quando dois grandes grupos de peregrinos em se encontraram num cruzamento em Mina, a poucos quilómetros de Meca, para se dirigirem à sessão de “apedrejamento do diabo”, em Jamarat.

A multidão entrou em pânico e milhares de pessoas foram apanhadas na confusão. O Governo saudita disse na altura que os incidentes terão sido causados pelo incumprimento, por parte de alguns peregrinos, das instruções dadas pelas autoridades.

O Irão, país rival da Arábia Saudita, expressou a sua indignação pela tragédia no maior encontro anual de muçulmanos e, em Teerão, alguns políticos sugeriram que Riade é incapaz de gerir um evento com esta dimensão.

A peregrinação a Meca é maior encontro anual muçulmano do mundo, com centenas de milhares de muçulmanos a deslocarem-se para o Vale de Mina para uma peregrinação que dura seis dias.

Este ano, o arranque foi marcado por um acidente com uma grua que caiu no interior da grande mesquita de Meca, provocando a morte a 107 pessoas e ferimentos a 238.