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Cavaco quer que Presidente viaje sem precisar de "luz verde" do Parlamento

08 out, 2015 - 19:42

Cavaco Silva considera considera que a necessidade de autorização é uma prática “anacrónica”, que “não encontra justificação num mundo globalizado" em que, por vezes, o exercício das funções presidenciais "exige uma actuação rápida e até urgente”.

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Cavaco Silva defende que as deslocações do Presidente da República devem deixar de exigir autorização prévia do Parlamento. O chefe de Estado defendeu esta quinta-feira, na abertura do ano judicial, mudanças na Constituição e esta foi uma das sugestões.

“Outra norma constitucional que desde há muito vem sendo questionada é a que faz depender a deslocação ao estrangeiro do Presidente da República de uma autorização prévia do Parlamento”, declarou Cavaco Silva.

A falta de autorização pode levar à perda de mandato do Presidente da República. Cavaco Silva considera esta prática “anacrónica” e um “resquício das constituições monárquicas do século XIX”.

A necessidade de "luz verde" para viajar, sublinhou, “não encontra justificação num mundo globalizado em que, por vezes, o exercício de funções presidenciais, nomeadamente de representação do Estado português no plano externo, exige uma actuação rápida e até urgente”, argumenta.

“Caberá ao legislador, se assim o entender, encontrar uma solução normativa que, por exemplo, preveja a dispensa dessa autorização em situações de urgência ou particularmente relevantes ou até, no limite, suprimir esta exigência constitucional”, sugere Cavaco Silva.

Na abertura do ano judicial, o Presidente da República também defendeu que a confirmação dos vetos presidenciais deve passar a implicar, “em todos os casos”, uma maioria não inferior a dois terços do deputados.

“O regime de confirmação parlamentar do veto do Presidente da República é demasiado complexo, suscitando dificuldades de interpretação e de aplicação”, assinalou.

Cavaco Silva também defende mais poderes para o Presidente da República, nomeadamente que possa, sob proposta do Governo, a nomear o governador do Banco de Portugal e que possa também designar alguns juízes do Tribunal Constitucional.

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Comentários
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  • Antonio Rodrigues
    11 out, 2015 Viseu 01:25
    Se assim fosse talvez tivesse atingido o tripulo, em vez do dobro que gastou, relativamente ao rei de Espanha.
  • Celso
    10 out, 2015 porto 19:47
    Se essa condição existe na constituição, como é que cavaco só agora é que fala nisso? Já não lhe vai fazer falta, a não ser que agora (como sabe tudo) preveja que tenha de deixar o poleiro de emergência! Devia ter vergonha porque senilidade já tem. Ainda bem que existe essa condição de autorização, senão o regabofe era insustentável. Da mesma forma, o parlamento também tem que dar satisfações ao presidente, por isso, está tudo correto. Os problemas crônicos de alteração à constituição não são esses... Mas, bom era que, ao menos, respeitassem a constituição no que ele é, que agora até isso é posto em causa!!!
  • fanã
    09 out, 2015 aveiro 17:15
    "10.000 € NÃO CHEGAM PARA AS MINHAS DESPESAS!"
  • Jrvaz
    09 out, 2015 Viseu 10:01
    Tudo Bem mas os falcons ficam muito caros e as comitivas não se fala, os resultados são deminutos, o ministro de negócios estrangeiros tem o dever de promover o país, nós pagamos todas as más práticas.
  • nuno gama
    09 out, 2015 almada 09:36
    se for para o alêm até eu lhe pago a viagem....
  • País das maravilhas
    09 out, 2015 Lisboa 09:34
    O Soares nunca deu "cavaco" a ninguem sempre fez o que queria e lhe apetecia especialmente a viajar !!!
  • Arreug
    09 out, 2015 lisboa 09:18
    A alteração devia ser no sentido de mudar a licença para sair , para licença de Cavaco entrar no País.
  • LC
    09 out, 2015 Lisboa 09:16
    Esta norma também deveria ser extensiva a Presidentes que fazem "vista grossa" a Leis Inconstitucionais...
  • Carlos Alberto Teixe
    09 out, 2015 Povoa de Santa Iria 08:54
    "Cavaco Silva considera esta prática “anacrónica” e um “resquício das constituições monárquicas do século XIX”. engraçado vir de alguém que não respeita o dia da República.
  • LMB
    09 out, 2015 Portugal 08:54
    E que tal acabar com o cargo e passar os poderes para outros órgãos de gestão governamental já existentes?

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