08 out, 2015 - 10:54
Os corpos de dois dos quatro pescadores que estavam desaparecidos após o naufrágio de terça-feira na Figueira da Foz foram encontrados esta quinta-feira por mergulhadores dentro do arrastão que virou, disse o porta-voz da Autoridade Marítima.
O naufrágio provocou três mortos, dois corpos continuam desaparecidos e há ainda a registar o salvamento de dois pescadores.
"Aquilo que se pode confirmar, depois de uma operação muito complicada de remoção de destroços e de artes de pesca na envolvência da casa do lema do arrastão, é que se conseguiu entrar, a visibilidade é totalmente nula, mas já se conseguiu recuperar duas vítimas que estavam no interior", disse aos jornalistas Nuno Leitão, comandante do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).
As duas vítimas foram encontradas na zona da ponte do navio e as buscas decorrem no resto da embarcação: "A visibilidade é completamente nula, são buscas por palpação, são buscas complicadas porque é uma embarcação que está virada ao contrário, tem todos os utensílios com flutuabilidade positiva soltos, roupas, colchões. Por isso, é uma operação muito complicada", frisou.
"Quando excluirmos todas estas possibilidades e conseguirmos encontrar as outras duas vítimas que faltam, naturalmente as buscas serão suspensas."
A empresa que vai tentar proceder à reflutuação do arrastão está desde de manhã no local para garantir o desimpedimento da barra e, ao mesmo tempo, possibilitar que os mergulhadores forenses da polícia marítima e da armada possam aceder ao interior da embarcação."A empresa foi contratualizada pelo armador, já que é ele quem tem a responsabilidade de garantir o desimpedimento da barra. Em simultâneo, os mergulhadores vão tentar aceder ao interior da embarcação, que se encontra envolta em redes, e aceder em segurança para poder fazer uma vistoria e, se existirem corpos lá dentro, recuperá-los", avançou.
O arrastão "Olívia Ribau" naufragou pouco depois das 19h00 de terça-feira à entrada do Porto da Figueira da Foz, provocando a morte de um pescador. Quatro estavam desaparecidos e dois foram resgatados com vida.
Na quarta-feira dezenas de pescadores e familiares das vítimas concentraram-se à porta da Capitania do Porto da Figueira da Foz exigindo explicações à Autoridade Marítima, recusando a versão das autoridades sobre a operação de socorro que se seguiu ao naufrágio e exigindo um pedido de desculpas e a colocação da bandeira nacional a meia haste em sinal de luto e respeito.