05 out, 2015 - 18:11
O jurista João Nogueira da Rocha, antigo membro do Tribunal Arbitral do Desporto, admite que o Benfica possa vir a ter de realizar um jogo com interdição total ou parcial das bancadas do Estádio da Luz, na Liga dos Campeões, na sequência dos incidentes protagonizados pelos seus adeptos na partida frente ao Atlético de Madrid, no Vicente Calderón.
Apesar de confirmar que esse cenário é uma possibilidade real, Nogueira da Rocha explica, em Bola Branca, que não é de excluir que a UEFA se fique pela aplicação de uma multa e repreensão ao emblema da Luz.
“O regulamento proíbe o arremesso de petardos e esta actuação cai nas sanções disciplinares que vão desde o aviso, passando por repreensão e multa e que podem chegar até um jogo à porta fechada ou com uma parte do estádio encerrada", sustenta, esclarecendo, contudo, que o facto de não ter sido o Benfica a organizar o jogo no estádio Vicente Caldéron constitui um factor atenuante.
“O Benfica não tem qualquer hipótese de impedir isso [atitudes dos adeptos]. Não é o Benfica que faz a vistoria dos seus adeptos, neste caso. Se acontecesse no Estádio da Luz, isso seria uma agravante. Mas, neste caso, o Benfica é totalmente alheio à entrada dos objectos ilícitos no estádio", completa.
Os encarnados viram esta segunda-feira confirmada a decisão do Comité Disciplinar da UEFA de abrir um processo ao clube, na sequência do comportamento de alguns adeptos encarnados em Madrid. O organismo que tutela o futebol europeu irá debruçar-se sobre três aspectos: distúrbios promovidos pelo público, ateamento de tochas e arremesso de objectos.
A decisão do comité disciplinar da UEFA deve ser conhecida a 15 de Outubro e é passível de recurso para o comité de apelo.