18 set, 2015 - 18:01 • Manuela Pires
A escola básica e secundária Josefa de Óbidos foi uma das primeiras em Lisboa a manifestar a vontade de ter ensino da música, mas o projecto pode estar agora em risco.
O projecto arrancou há sete anos e com resultados considerados muito positivos. A música entrou no horário dos alunos do quinto ao nono ano.
Só que desta vez tudo mudou. "Preparámos o ano lectivo, na presunção que iríamos ter uma turma de música no quinto ano, mas há dias é que soubemos que não havia condições por parte da nossa entidade parceira para levar a cabo este projecto. Tivemos de alterar o currículo da turma”, diz Jorge Nascimento, o director da escola.
Jorge Nascimento nem quer acreditar que neste ano lectivo não há alunos do quinto ano a iniciar o ensino da música: “Acho que em algum momento alguém vai ter o bom senso de olhar para a realidade e achar que em relação a esta escola não faz sentido não abrir uma turma de música”.
Há sete anos a escola estabeleceu uma parceria com a Academia Musical dos Amigos das Crianças. É a academia que dá as aulas e que recebe o dinheiro do ministério para pagar aos professores. Mas este ano, quando saíram as primeiras listas a directora da academia, Teresa Abreu, percebeu que não tinha dinheiro para dar aulas a uma turma inteira. Houve "uma redução de 30% no número de alunos que vamos ter em relação à candidatura e uma redução de financiamento na ordem dos 26%”.
Nesta escola, há apenas dinheiro para três alunos do quinto ano.
A directora da academia espera que o Ministério da Educação reconsidere, porque neste caso, na escola Josefa de Óbidos, ia pôr fim a um ciclo que foi iniciado em 2008, onde os alunos integrados neste projecto têm cinco anos seguidos de ensino da música.