24 ago, 2018 - 09:02
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Em 2016, morreram em Portugal 10 mil homens e 3.500 mulheres devido ao álcool. A bebida esteve diretamente relacionada com a morte de 4,2% das mulheres portuguesas e 15% dos homens.
Os dados constam de um estudo publicado na revista “The Lancet”, que alerta para as graves consequências que acarreta o consumo de bebidas alcoólicas. Um em cada três habitantes do planeta é consumidor de álcool, sendo que todos os anos há cerca de 2,8 milhões de mortes atribuíveis ao álcool.
Em Portugal, 75% dos homens são consumidores destas bebidas, sendo que na faixa etária entre os 55 e os 59 anos esse valor sobe para 89%. Os dados mostram que, em média, cada homem consome 73 miligramas de álcool puro por dia (o equivalente a sete cervejas).
O consumo de álcool é inferior nas mulheres. Aliás, mais de metade das portuguesas (53%) não bebe álcool. Entre as consumidoras, a média é de 23 miligramas de álcool por dia, sendo que é na faixa entre os 45 e os 49 anos mais se bebe.
Ao nível global, o consumo ocupa o sétimo lugar nos fatores de risco de morte prematura e doença, escalando até ao primeiro lugar se só se tiver em conta as pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 49 anos.
Na Europa, a Dinamarca, a Alemanha, a França e Espanha lideram a lista dos países que mais quantidade de álcool consumido por dia. Mas se falarmos só em homens, são os romenos que lideram o ranking: consomem mais de 80 miligramas de álcool puro ao dia. Logo a seguir aparecem os portugueses e os luxemburgueses, à frente dos ucranianos e dos estónios.
Para chegar a estas conclusões, os investigadores utilizaram dados de 694 fontes de informação, assim como os resultados de 592 estudos que já tinham avaliado a relação entre o álcool e os problemas de saúde, realizados entre 1990 e 2016 em 195 países.
Segundo o estudo agora divulgado pela "The Lancet", tomar uma bebida alcóolica por dia aumenta, por ano, em 0,5% o risco de padecer de um problema de saúde.
“Os nossos resultados mostram a necessidade de rever as políticas de controlo do álcool”, dizem os autores da investigação. “As conclusões do estudo não são ambíguas, são claras: o álcool é um problema de saúde global colossal”, sublinha o texto, que reclama medidas similares às que foram tomadas para travar o consumo de tabaco.
Com este estudo, os investigadores dizem que cai por terra o mito de que uma pequena quantidade de álcool por dia não só não é prejudicial, como até pode ser benéfica. Argumentam que só o consumo zero está isento de riscos.