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Dezenas de voluntários juntam-se para ajudar vítimas dos incêndios na Grécia

25 jul, 2018 - 06:50

A catástrofe levou um grupo de voluntários que normalmente distribui comida pelos sem-abrigo em Atenas a deslocar-se a Rafina.

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Enquanto o fogo consumia Mati, centenas fugiram para o mar
Enquanto o fogo consumia Mati, centenas fugiram para o mar

Dezenas de voluntários reúnem-se em Rafina para juntarem ajudas às vítimas dos incêndios que destruíram parte da região grega. Apesar da grande azáfama dentro da câmara municipal, o presidente da autarquia considera que a situação está controlada. "Para já, temos solução em termos de comida, alojamento, ajuda médica e apoio psicológico", afirmou Vagelis Bournous à agência Lusa.

Nas últimas 24 horas, pessoas e empresas têm feito chegar comida, garrafas de água, fraldas para bebés, medicamentos e "até dinheiro", incluindo do estrangeiro, disse. "As infraestruturas da cidade estão a funcionar, mas a beleza natural em algumas partes desapareceu completamente", lamentou Bournous.

Na segunda-feira, os incêndios nesta região costeira nos arredores de Atenas provocaram a morte de, pelo menos, 74 pessoas e 187 feridos, vários dos quais em estado muito grave, segundo fontes oficiais.

A catástrofe levou um grupo de voluntários que normalmente distribui comida pelos sem-abrigo em Atenas a deslocar-se a Rafina, a cerca de 30 quilómetros de distância.

"Pedimos aos restaurantes com quem trabalhamos e eles fizeram mais refeições. Como não são precisas para as vítimas, entregámos-las aos outros voluntários e à Cruz Vermelha", afirmou Maniana Peppa, coordenadora do grupo Dypno Agapis.

Junto à sede do município, um dos voluntários, o residente local George Petridis, relatou como viu o incêndio aproximar-se a meio da tarde de segunda-feira até 300 metros da sua casa.

"Tivemos de sair porque era difícil respirar por causa do fumo. Penso que o problema foi que as pessoas subestimaram a gravidade do incêndio e não sairam logo. Depois veio muito vento, que pegou fogo a tudo", afirmou.

Mais de 1.500 casas foram afetadas e mais de 300 viaturas completamente destruídas pelas chamas, sobretudo em Mati, um dos bairros periféricos a norte de Rafina, onde têm segunda casa muitos habitantes da capital e onde passam férias de Verão.

Apesar de estar escuro e de a zona de Mati não ter eletricidade, é possível sentir esta madrugada um forte cheiro a queimado, mesmo depois de as chamas terem sido extintas.

Vasiliki Beka, assessora do presidente da câmara local, relatou à Lusa que foi "uma tragédia" o que aconteceu na região, onde muitas casas estavam ocupadas por idosos, que tomavam conta dos netos durante as férias.

"Houve pessoas que não conseguiram escapar, outras que se lançaram no mar e que ficaram na água durante cinco a seis horas, algumas afogaram-se. Um grupo de 26 pessoas ficou queimado, com os pais a abraçarem as mulheres e os filhos para tentar salvá-los, mas não conseguiram", relatou, emocionada.

As autoridades gregas continuam à procura de eventuais vítimas do incêndio, em terra ou no mar.

O Governo de Alexis Tsipras decretou três dias de luto e pediu ajuda internacional na noite de segunda-feira, tendo já alguns países respondido com meios de apoio, como é o caso de Portugal.

O executivo grego já desbloqueou uma verba de 20 milhões de euros, procedente do Programa de Investimento Público, destinada à ajuda imediata e a cobrir as necessidades das zonas mais afetadas.

As imagens do incêndio devastador na Grécia. “Foi como um inferno”
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