27 jun, 2018 - 12:13
Carlos Queiroz responde às palavras de Ricardo Quaresma após o Irão-Portugal (1-1). O extremo disse que não falaria do selecionador do Irão, caso contrário demoraria "a noite toda". Em entrevista ao "Público", Queiroz lança o "dardo" de volta ao internacional português.
"O Quaresma ainda vai ter de jogar pela minha seleção e não vou tecer muitos comentários. Mas se todos os treinadores que ele teve falassem dele ficariam alguns anos a falar. Todos, desde o Sporting ao FC Porto. É melhor ficarmos por aqui. Se tiver de dizer alguma coisa sobre mim, que tenha coragem e diga agora", desafia o treinador português.
Outro caso da partida foi o abraço, com palavras ao ouvido, de Queiroz a João Moutinho, quando o médio se preparava para entrar. Em zona mista, o jogador disse que nem tinha reparado. Questionado sobre a situação, Queiroz revela o que disse a Moutinho: "É muito simples, disse o seguinte: ‘João ajuda-me a acalmar aquela malta lá dentro. Os meus jogadores não têm muita experiência, ajuda todos a terem calma’".
Queiroz considera que a seleção do Irão fez "um excelente trabalho" frente a Portugal e que "não podia estar mais orgulhoso" dos seus jogadores. "Não ter a humildade de reconhecer o mérito da nossa exibição é que é realmente faltar ao respeito", atira.
Críticas ao VAR e uma história que "não começou na ilha da Madeira"
O cartão amarelo a Cristiano Ronaldo, por cotovelada a um jogador iraniano, é o que mais críticas recebe por parte de Carlos Queiroz.
"Ou era cartão vermelho ou não era nada, ponto final. Eu até admito que não seja nada, mas só havia uma decisão inteligente do árbitro que era não sancionar. A punir não tem outra alternativa e tem de ter coragem de mostrar o vermelho. Assim assumiu uma meia decisão", critica. Na opinião de Queiroz, o árbitro não teve coragem para expulsar o craque português: "Nem o árbitro nem ninguém. É claro e óbvio que o árbitro depois de ter sido pressionado pela equipa portuguesa não teve coragem. Mas não foi só isso. Logo a seguir o Cristiano intercetou uma bola com a mão no ar e não lhe é mostrado segundo amarelo".
Queiroz também considerou que o facto de só três jogadores portugueses o terem cumprimentado, após o encontro, foi uma falta de respeito. "Conquistei títulos europeus e mundiais, com reformas e ideias. A história da Federação Portuguesa de Futebol não começou na ilha da Madeira com Cristiano Ronaldo. Começou muito antes", realçou.
De qualquer forma, Queiroz já está "habituado a ser este homem que vive contra uma parte da nação e que tem uma parte da nação contra si", estigma que acredita ter surgido no Mundial 2010. "Eu digo coisas que muitos portugueses gostariam de dizer e não dizem. Pessoalmente, não me identifico com certas coisas que se passam na equipa portuguesa".