21 jun, 2018 - 16:59
A Comissão de Fiscalização do Sporting emitiu um parecer desfavorável ao orçamento do clube para 2018/19, esta quinta-feira.
Através de comunicado, o órgão designado por Jaime Marta Soares, presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) e que tem protagonizado um dos focos de maior oposição à suspensa Direção encabeçada por Bruno de Carvalho, até considera que os pressupostos subjacentes ao documento são "significativamente otimistas" mas conclui que a aprovação das contas apresentadas por Bruno de Carvalho nada mais será do que um "cheque em branco para aumento de passivo".
A Comissão de Fiscalização, cujo rosto mais vísivel das finanças passa pelo economista João Duque afirma que o orçamento desenhado por Bruno de Carvalho pode "conduzir a um défie materialmente relevante com impacto imediato e significativo no passivo do clube".
"A ser aprovado, este orçamento constitui uma autorização à Direção para a sua execução que pode despoletar esse desequilíbrio com consequências muito negativas. A sua aprovação é um cheque em branco à Direção para aumento de passivo, agravado pelo facto de ser causado principalmente por despesas correntes. Do exposto e em face à quantidade e qualidade dos elementos apresentados, somos de parecer que o orçamento seja reprovado", pode ler-se no comunicado.
Crise do Sporting em seis parágrafos
A crise institucional no Sporting desencadeou-se após as agressões sofridas por vários elementos do plantel e da equipa técnica a 15 de maio, na Academia de Alcochete, levadas a cabo por cerca de 40 pessoas encapuzadas, dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.
Na sequência das agressões, os futebolistas Rui Patrício, Daniel Podence, William Carvalho, Bruno Fernandes, Gelson Martins, Bas Dost, Ruben Ribeiro, Rodrigo Battaglia e Rafael Leão rescindiram os contratos de forma unilateral, alegando justa causa.
Depois destes acontecimentos, a maioria dos membros da Mesa da Assembleia Geral (MAG) e do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) e parte da Direção apresentaram a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.
Após duas reuniões dos órgãos sociais, o presidente demissionário da MAG, Jaime Marta Soares, marcou uma assembleia geral para votar a destituição do Conselho Diretivo (CD), a 23 de junho e criou uma Comissão de Fiscalização para evitar o vazio provocado pela demissão da maioria dos elementos do CFD.
O CD, que não reconhece legitimidade a esta decisão, criou uma Comissão Transitória da MAG, que, por sua vez, convocou uma AG ordinária para o dia 17 de junho, para aprovação do orçamento da época 2018/19, análise da situação do clube e para esclarecimento aos sócios e marcou uma AG eleitoral para a MAG e para o CFD para o dia 21 de julho.
Dando provimento a uma providência cautelar interposta pela MAG, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa considerou ilegal a comissão transitória da MAG nomeada pela direção do Sporting, bem como as reuniões magnas por esta marcadas.