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Reserva Federal norte-americana admite novas subidas de juros

25 ago, 2023 - 17:54 • Sandra Afonso

O presidente da autoridade monetária dos Estados Unidos, Jerome Powell, deixou esta sexta-feira a porta aberta a novos aumentos das taxas de juro, mas não adiantou quanto nem quando.

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Na abertura do histórico simpósio de Jackson Hole, que todos os anos reúne no Wyoming os principais banqueiros centrais do mundo, o presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, começou logo por dizer que está preparado “para aumentar ainda mais as taxas” de juro de referência, se “for necessário”, para que a maior economia do mundo volte a viver com preços estáveis.

O responsável pela autoridade monetária dos Estados Unidos admite ainda “manter” a política monetária “num nível restritivo” até estarem “confiantes de que a inflação está a descer de forma sustentável em direção” ao objetivo de 2%.

No entanto, apesar destes avisos, mantém-se a incerteza sobre a decisão de setembro. Powell não adiantou qual será o sentido dessa decisão, se a Fed vai já aumentar os juros ou optar por nova pausa.

O líder da Reserva Federal acrescenta apenas que, “nas próximas reuniões”, as decisões serão tomadas em função da análise cuidada da “totalidade dos dados” económicos e da “evolução das perspetivas e dos riscos” que a economia enfrenta. “Com base nessa avaliação, procederemos com cautela ao decidirmos se devemos aumentar a restritividade ou, em vez disso, manter a taxa diretora constante e aguardar novos dados”, explicou.

Em junho, a Fed deixou os juros inalterados, depois de dez subidas consecutivas. No mês seguinte, julho, voltou a subir as taxas, que se encontram agora entre 5,25% e 5,5%.

“Para que a inflação volte a descer de forma sustentável para 2%, é preciso passarmos por um período de crescimento económico abaixo da tendência, bem como por um certo abrandamento das condições do mercado de trabalho”, defende Powell.

É ainda necessário “estabilidade de preços para alcançar um período sustentado de fortes condições no mercado de trabalho que beneficiem a todos,” acrescenta.

As autoridades monetárias continuam presas ao mesmo dilema: fazerem demais e prejudicarem a economia, ou fazerem de menos e agravarem a inflação.

“Fazer muito pouco pode permitir que se consolidasse a inflação acima do objetivo e, em última análise, obrigar a política monetária a atuar numa situação de inflação mais persistente, com um custo elevado para o emprego. Fazer demasiado também pode prejudicar desnecessariamente a economia,” explica Powell.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, encerra esta sexta-feira os discursos no simpósio de Jackson Hole, que junta os principais banqueiros centrais do mundo.

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