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Messi e presidente argentino apanhados em nova vaga dos Panama Papers

20 jun, 2018 - 19:19

Nova fuga de informação revela pânico na firma de advogados Mossack Fonseca, aquando da divulgação, em 2016, do caso pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação

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O jogador de futebol Lionel Messi, a família do Presidente argentino, um joalheiro famoso, vários políticos e alegados criminosos surgem numa nova vaga do escândalo dos Panama Papers.

A nova fuga de informação revela pânico na firma de advogados Mossack Fonseca, aquando da divulgação, em 2016, do caso pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.

Este novo capítulo do escândalo internacional demonstra que a firma com sede na cidade do Panamá não conseguiu identificar os proprietários de mais de 75% das offshores que administrava.

Lionel Messi é uma das personalidades mundiais atingidas. O astro do Barcelona e da seleção argentina disse, em abril de 2016, que a sua companhia offshore Mega Star Enterprises, com sede no Panamá, estava “totalmente inativa”, mas novos emails agora tornados públicos demonstram que pode não ser assim.

“O escritório no Uruguai diz-me que o cliente está a utilizar a companhia”, escreveu um funcionário da Mossack Fonseca, um mês depois.

A firma Mossack Fonseca renunciou ao cargo de agente registado da Mega Star Enterprises em julho de 2016, mostram os documentos, no mesmo mês em que o Messi e o pai foram condenados por um tribunal espanhol pelo crime de fraude fiscal. Lionel foi condenado a 21 meses de pena suspensa e multado em 2,2 milhões de dólares.

“Plano muito arriscado” a envolver o Presidente argentino

Uma troca de emails entre a sede da Mossack e a sucursal no Uruguai, entre setembro e outubro de 2016, revela planos para tentar ocultar que a firma de advogados não sabia, como exige a lei, que a offshore Fleg Trading Co. era controlada pela família do Presidente argentino, Mauricio Macri.

Os funcionários da Mossack discutiram a possibilidade de produzirem um documento em 2016, mas com data anterior, a confirmarem a propriedade da Fleg Trading. Mas um contabilista uruguaio considerou que o plano era “muito arriscado”, porque podia ser desmascarado facilmente por um perito em caligrafia.

O cliente não quer “arriscar”, referem os emails, “uma vez que estão envolvidos o Presidente da Argentina e a sua família.

Os novos dados também demonstram que a Mossack Fonseca desconhecia as ligações da família Macri a outra empresa offshore, a BF Corporation.

De acordo com a imprensa argentina, o Ministério Público alemão alertou as autoridades de Buenos Aires para transações suspeitas envolvendo a BF Corporation, dias antes da primeira volta das eleições presidenciais, em outubro de 2015.

A nova fuga de informação revelada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação também revela ligações de políticos a dinheiro público desviado da Malásia, Kuwait e Rússia.

Pierre Cartier é outros dos atingidos pela nova vaga do escândalo Panama Papers. Em julho de 2017, a Mossack Fonseca descobriu que empresas offshore que criou no Panamá era controladas pelo icónico joalheiro francês. As empresas detinham uma floresta no Canadá e várias contas na Suíça.

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