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​Um ano depois de Pedrógão. “Portugal não tem interior, falta fazer muita coisa”

15 jun, 2018 - 11:13

Dos cerca de 500 edificios atingidos pelas chamas, 150 já foram reconstruídos. "Era o mínimo", diz presidente da Associação de Vítimas.

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Um ano depois da tragédia em Pedrógão Grande “ainda falta fazer muita coisa”, diz a presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão.

Em declarações à Renascença, Nádia Piazza reconhece que dos cerca de 500 edifícios consumidos pelas chamas, 150 já foram reconstruídos, mas lamenta que o interior do país continue a ser um vazio de oportunidades.

“Reconstrução das casas era o mínimo, mas também só foi possível porque houve solidariedade”, reconhece.

“Precisamos de olhar para o interior de outra forma. Em Portugal não tem interior. A bem ver, o interior de Portugal é Madrid. Portugal não tem um interior de oportunidades, é uma ausência total de oportunidades. Falta fazer muita coisa”, acrescenta.

Em 17 de junho de 2017, as chamas que deflagraram no município de Pedrógão Grande, no interior do distrito de Leiria, e que alastraram a concelhos vizinhos, fizeram 66 mortos e 253 feridos, atingiram cerca de meio milhar de casas e devastaram 53 mil hectares de território, 20 mil hectares dos quais de floresta.

No plano económico, 50 empresas foram atingidas pelas chamas e registou-se um prejuízo estimado em 193 milhões e meio de euros.

Homenagem às vítimas

A cerimónia privada de homenagem às vítimas do incêndio inclui o lançamento de 66 balões brancos, um por cada vítima mortal e uma intervenção do Presidente da República.

De acordo com o programa do evento, promovido pela Associação de Vítimas e a que a agência Lusa teve acesso, às 16h30 de domingo, 17 de junho, decorre uma receção a associados e familiares na sede da associação, na aldeia de Figueira, e, meia hora mais tarde, a cerimónia propriamente dita com a leitura dos nomes das vítimas mortais, um minuto de silêncio e a exibição de um vídeo de homenagem.

Segue-se um momento de evocação individual, com "leituras pelos familiares" das vítimas e, antes da largada dos 66 balões brancos, a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa.

A cerimónia conta com a participação de um soprano acompanhado por um quarteto de cordas da Orquestra Clássica do Centro.

"Este evento é privado com admissão por lista de convidados. Sugere-se vestir de branco", assinala a associação.

Várias homenagens, apresentação de projetos e atividades culturais marcam, no fim de semana, o aniversário do incêndio que eclodiu, há um ano, em Pedrógão Grande, em iniciativas que contam com a presença do Presidente da República.

Comentários
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  • mauro
    17 jun, 2018 lisboa 10:47
    Foi uma desgraça sem remédio total portanto só parcialmente reparável.Lamenta-se o acontecimento mas pior são as 500 mortes nas estradas por ano e nada se faz preventivamente ,como eliminar os postos negros etc e não aumentar desmeduradamente multas ,como lei das limpezas. etc.Precisamos de um estado corretor e não alegadamente ladrão-impostómetro coercivo tal como em ditadura de extrema direita-
  • UTOPIA
    17 jun, 2018 Lisboa 10:40
    Esta politica encetada pelo poder politico é suicida e irracional.O esvaziamento do interior ultrapassa um século e é irreversível.Acontece em todo o Mundo a transferência pra metrópoles.Originará um atraso colossal no desenvolvimento Portugal.A queda da natalidade será mais acentuada assim como emigração. É um autentico tiro nos pés e á revelia do que acontece no Planeta.Nao exista transporte ferroviário.clima péssimo,apoios integrados a tudo inexistentes,Seria reconstrui um novo País,o q é uma verdadeira utopia,desgraça e bancarrota.

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