24 abr, 2018 - 17:40
O antigo Presidente do Brasil Lula da Silva, preso por corrupção, deu esta terça-feira luz verde ao seu Partido dos Trabalhadores (PT) para encontrar outro candidato para as próximas eleições presidenciais no Brasil, porque provavelmente estará fora da corrida.
"Eu gostaria que vocês se sentissem completamente livres para tomar qualquer decisão, porque 2018 é um ano muito importante para o PT, para a esquerda e para a democracia [do Brasil]", escreveu Lula da Silva numa carta enviada à líder do seu partido, a senadora Gleisi Hoffmann, citada pela agência Lusa.
O Partido dos Trabalhadores (PT), no entanto, confirmou rapidamente a continuidade da sua candidatura. Um dirigente político do PT, Alexandre Padilha, colocou um vídeo no Facebook em que surge Gleisi Hoffman a ler parte da carta enviada por Lula da Silva.
Logo após a publicação deste vídeo, Hoffmann indicou na sua conta na mesma rede social que o PT pretende manter a candidatura de Lula da Silva em vigor.
"As pessoas querem que Lula esteja livre e que Lula seja Presidente! Não há plano B porque Lula é inocente", escreveu a líder dos trabalhistas.
O PT também não tem um Plano B, sobretudo porque nenhum outro líder dentro do partido tem o carisma ou a experiência do antigo chefe de Estado brasileiro. Lula deixou o Governo com 83% de taxa de aprovação em 2010, mas acabou envolvido numa série de escândalos de corrupção.
Na sua missiva, Lula diz que está "feliz" com o resultado da última sondagem Datafolha, na qual surge a liderar as intenções de voto para as presidenciais de outubro, com 31%.
Condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e branqueamento de capitais, o antigo chefe de Estado começou a cumprir a pena no passado dia 7 de abril, na sede da Polícia Federal na cidade de Curitiba.
Na noite de segunda-feira, os seus advogados entraram com novos processos legais para interpor recurso à sua prisão.
Lula da Silva até agora só foi visitado pelos seus advogados e familiares. Alguns dos seus amigos, como a ex-Presidente brasileira Dilma Rousseff, que lhe sucedeu no cargo, e outros políticos brasileiros, ainda não tiveram autorização para o visitar.