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Soja a desvalorizar. China contra-ataca na "guerra comercial" com os EUA

04 abr, 2018 - 10:25

Pequim anuncia taxas adicionais de 25% em mais de 100 produtos importados dos Estados Unidos.

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O preço da soja nos EUA caiu mais de 5%, só esta quarta-feira. É uma das primeiras consequências visíveis das novas taxas anunciadas pela China a 106 produtos norte-americanos, incluindo a soja, whiskey, químicos, aviões e automóveis. A indústria da soja norte-americana diz que a decisão é “lamentável” e que “não vai resolver o desequilíbrio comercial” entre os dois países.

É o mais recente desenvolvimento da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Os novos impostos chineses foram anunciados esta quarta-feira, um dia depois da Casa Branca ter revelado um plano para taxar em 50 mil milhões de dólares mais de 1.300 categorias de produtos importados da China. Entre os setores afetados estão a aeronáutica, tecnologia de informação e comunicação, robótica e máquinas.

As taxas alfandegárias propostas só podem entrar em vigor depois do período de apreciação pública, que termina a 11 de maio. Só nessa altura deverão entrar também em vigor os novos impostos chineses.

Já a 2 de abril, a China tinha aumentado em 25% as tarifas para alguns produtos norte-americanos, como derivados de porcos ou sucata de alumínio. Impôs ainda uma nova taxa de 15% em mais de 100 outros produtos, incluindo amêndoas, maçãs e frutos vermelhos. Esta foi a primeira resposta da China à decisão de Donald Trump de subir os impostos às importações de aço e alumínio oriundos da China.

Vários especialistas destacam que retaliação chinesa é mais dura do que o mercado esperava e pode prejudicar os agricultores norte-americanos, que são uma parte significativa do eleitorado apoiante de Donald Trump. Em 2017, os agricultores dos EUA venderam à China mais de 20 mil milhões de dólares em mercadorias.

A disputa comercial entre os EUA e a China tem origem numa das promessas eleitorais de Donald Trump, que visava reduzir o défice comercial com a China. Washington justifica ainda o aumento de impostos com alegadas violações da propriedade intelectual por parte da China.

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