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Greve na Ryanair deixa centenas de passageiros em terra

04 abr, 2018 - 07:53

Terceiro dia de greve conta com participação de sindicatos estrangeiros. Companhia aérea já admitiu estar a recorrer a tripulantes de outros países para substituir grevistas portugueses.

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Até às 7h30, foram cancelados onze voos, segundo contas do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), cuja presidente, Luciana Passo, especificou à agência Lusa que os voos cancelados, “são 11 em 18 partidas”.

O sindicato acusa a empresa de substituir novamente grevistas por tripulação de bases estrangeiras. “Os aviões estacionados em Portugal saíram sem passageiros outra vez e foram a outras bases da Ryanair buscar tripulantes para voltarem com algumas horas de atraso e, mais uma vez, haver substituição de tripulantes em greve", aponta Luciana Passo.

A sindicalista defende que “o Governo tem de se reunir com os decisores, os administradores, o acionista, alguém que mande, de facto, na Ryanair, e acertar as coisas de modo a que façam entender a empresa que todos nos gostamos de ter a Ryanair a operar em Portugal, todos gostamos que haja um afluxo de passageiros e que a Ryanair possa contribuir para isso, mas num Estado de direito em que existem leis elas são para cumprir”.

Graça Teixeira já se encontrava na porta de embarque do aeroporto do Porto, para viajar até Barcelona, quando foi informada de que a ligação tinha sido cancelada.

“Estivemos no cais de embarque, já tínhamos feito tudo e às 6h10 disseram que o voo das 6h30 estava cancelado”, conta à Renascença. Graça teve de adquirir um outro bilhete e gastar “120 euros extra” para chegar ao destino, através de outra quase quatro horas depois do previsto. “Perdi um dia completo” de férias, diz.

Em Faro, também há voos cancelados e em Lisboa também, mas ainda em menor quantidade do que nos restantes aeroportos nacionais.

Neste terceiro dia de greve, está prevista a presença de representantes de sindicatos estrangeiros – da Alemanha, de Espanha e Itália, em solidariedade para com os tripulantes portugueses e naquilo que é visto como um primeiro passo para uma greve europeia.

Isto, porque nos últimos dias houve denúncias de que a companhia aérea irlandesa tem obrigado tripulantes de outros países a substituir os grevistas portugueses – algo que a própria Ryanair já admitiu.

Por isso, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo e da Aviação Civil (SNPVAC) tem agendada para hoje uma conferência de imprensa em Lisboa, Porto e Faro, nas quais participarão também dirigentes, e nalguns casos presidentes, de sindicatos da aviação doutros países – além dos três já mencionados, França, Bélgica e Holanda também já mostraram interesse em participar numa eventual greve ao nível europeu.

Os tripulantes de cabine de bases portuguesas exigem a aplicação da lei do trabalho nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e a retirada de processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo abaixo das metas da empresa.

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