30 mar, 2018 - 16:11
Cronologia interativa: O que sabemos sobre o caso Skripal
O facto de Portugal ter chamado para consultas o embaixador em Moscovo significa que estão suspensas as relações entre os dois países a esse nível, garante Augusto Santos Silva.
Em entrevista à Renascença, o ministro dos Negócios Estrangeiros explica o que significa chamar a Lisboa o embaixador português. “A figura de chamar o embaixador para consulta sé uma figura diplomática que quer dizer, na prática, suspender os contactos ao nível de embaixador entre os dois países. O que quer dizer que temporariamente, enquanto o problema não for ultrapassado, retiramos a nossa representação diplomática em Moscovo ao nível de chefia de Missão.”
“Essa figura não significa que eu tenho que falar com o embaixador e o caso fica resolvido, significa que os contactos diplomáticos ao nível de embaixador entre Portugal e a Rússia estão suspensos”, clarifica, no dia em que Moscovo chamou os embaixadores de dezenas de países que expulsaram diplomatas russos, anunciado medidas de retaliação na mesma conta.
Santos Silva insiste que não há qualquer mal-estar entre Londres e Lisboa por Portugal ter decidido não expulsar diplomatas russos. “Ainda ontem recebi uma carta de Boris Johnson em que ele agradece vivamente a Portugal o gesto que teve, o apoio que deu, e diz que não desvaloriza em nada a importância da decisão que tomámos”, diz.
Na noite de quinta-feira, Londres emitiu um aviso aos seus nacionais que estejam a pensar viajar para fora, alertando para o perigo de atentados em vários países, incluindo Portugal. O ministro diz que isso é um gesto perfeitamente normal e reage de forma perentória quando questionado se não será um ato de retaliação. “Não, por amor de Deus, isso é completamente impossível!”
“Portugal compreende inteiramente essa atualização da informação aos turistas britânicos. A única coisa que essa informação diz, que é que mesmo em Portugal não pode ser afastada liminarmente a hipótese de um ataque terrorista, é uma coisa óbvia no mundo de hoje. Não há em lugar algum, por mais recôndito que seja, em relação ao qual se possa dizer que os riscos sejam zero”, afirma.