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"Polícia herói" de França ia casar em junho

25 mar, 2018 - 15:54

“Caiu como um herói” e “merece a admiração de toda a nação”, disse o Presidente francês, Emmanuel Macron.

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Arnaud Beltrame combinou "a devoção como soldado com a fé de um cristão"
Arnaud Beltrame combinou "a devoção como soldado com a fé de um cristão"

O polícia que se ofereceu como refém em troca de uma mulher no sequestro de sexta-feira num supermercado de Trèbes (França) tinha casamento marcado para 9 de junho.

“Arnaud Beltrame e Marielle casaram numa cerimónia civil em agosto de 2016” e queriam agora receber o sacramento do matrimónio “perto de Vannes”, conta o frei Jean-Baptiste citado pelo “Catholic Herald”.

“Foi durante uma visita à nossa abadia que tive a oportunidade de conhecer o tenente-coronel” e Marielle, começa por dizer. “Demo-nos logo muito bem e pediram-me para lhes preparar a cerimónia religiosa. Durante dois anos, passámos muitas horas a falar sobre a vida matrimonial. No passado dia 16 de dezembro, abençoei a casa deles e estávamos a finalizar o seu matrimónio canónico”, descreve.

“A linda declarações de intenções de Arnaud chegou-me quatro dias antes da sua morte heroica”, acrescenta o sacerdote.

De acordo com testemunhos citados pelo jornal, Arnaud Beltrame tinha tido “uma genuína experiência de conversão” em 2008 e ia regularmente à missa com a sua mulher, participando em vários serviços e formações.

“Inteligente, desportivo e muito enérgico, Arnaud falava abertamente sobre a sua conversão. Nascido numa família com pouca tradição católica, viveu uma experiência genuína de conversão por volta do ano 2008, quando tinha quase 33 anos. Recebeu a primeira comunhão e confirmação, dois anos depois, em 2010”, conta ainda o frei Jean-Baptiste.

Depois de ter pedido a Maria que o permitisse encontrar a mulher da sua vida, conheceu e tornou-se amigo de Marielle, “cuja fé é profunda e discreta”. O casamento aconteceu um ano depois, em 2016, em Breton, na abadia de Timadeuc.

Diz o sacerdote que o “polícia herói” era apaixonado pela sua profissão e também por França – “pela sua grandiosidade, história e raízes cristãs, que redescobriu com a sua conversão”.

Ao voluntariar-se para se substituir a uma refém, durante o sequestro no supermercado de Trèbes, diz Jean-Baptiste, revela o que para ele significava ser polícia: “proteção”.

“Mas sabia o risco incrível que estava a correr”, acrescenta.


Quando entrou no supermercado em troca de uma refém, o tenente-coronel deixou o seu telefone ligado, de modo a que os agentes que acompanhavam o processo pudessem ouvir o que se passava lá dentro.

Foi atingido no pescoço por Radouane Lakdim, antes de a polícia ter entrado no Super U (o supermercado) e matar o atacante – um francês nascido em Marrocos e, ao que tudo indica, ligado ao autodenominado Estado Islâmico.

Arnaud Beltrame serviu no Iraque em 2005 e recebeu em 2012 a medalha Legião de Honra, a distinção mais elevada da França. No ano passado, foi nomeado vice-comandante da polícia antiterrorismo da região de Aude.

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