13 abr, 2017 - 10:05
O Papa vai presidir esta Quinta-feira Santa à celebração de lava-pés com alguns presos na Casa de Reclusão de Paliano, na província de Frosinone e Diocese de Palestrina, a sul de Roma. A celebração, tal como a própria visita do Papa, é privada.
A Rádio Vaticano informa que a Casa de Reclusão de Paliano está dividida tem três secções, por género, uma masculina e outra feminina, e ainda uma para doentes com tuberculose.
Com capacidade para 140 reclusos, a filosofia educativa é que empreguem o máximo do tempo em trabalhos de restauração, hortas e outras actividades produtivas, como é o caso da pizzaria da instituição.
Esta vai ser a terceira vez que Francisco celebra este rito com presos, depois da cerimónia na igreja do complexo prisional de Redibia, em 2015, em Roma, onde lavou os pés a 12 pessoas - seis homens e seis mulheres - e também a uma criança que estava no colo da mãe.
Dois anos antes, em 2013, o Papa foi ao Instituto Penal para Menores (IPM) de Casal del Marmo, nos subúrbios da capital italiana, onde lavou os pés a 12 jovens de várias nacionalidades e religiões, incluindo duas raparigas.
No último ano, o pontífice argentino lavou os pés a refugiados no centro de acolhimento de requerentes de asilo de Castelnuovo di Porto, a cerca de 30 quilómetros a norte do Vaticano, que recebe sobretudo jovens refugiados.
Em 2014 a cerimónia de Quinta-feira Santa foi no Centro ‘Santa Maria della Provvidenza’, da Fundação Don Carlo Gnocchi, destinado à reabilitação de pessoas com deficiência e idosos, na periferia de Roma.
A Igreja Católica começa a celebrar o Tríduo Pascal com a Missa da Ceia do Senhor, na qual se repete o gesto do lava-pés.
"Também nós podemos errar"
Numa pequena entrevista ao diário italiano “La Repubblica”, o Papa denuncia “ o risco de se “olhar para os encarcerados apenas como pessoas que erraram”, quando, afinal, “também nós podemos errar”.
Francisco alerta para “a hipocrisia dos que não dão hipótese aos que erraram de mudar de vida e se reabilitarem”, concluindo que “se permanecemos fechados em preconceitos, tornamo-nos escravos de um falso bem-estar” e, “quando nos agarramos a esquemas ideológicos, acabamos presos na cela do individualismo e da auto-suficiência, ou seja, privados da verdade que gera a liberdade”